O governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), afirmou, em sua primeira entrevista após a confirmação do resultado, que o voto dos mineiros "não tem dono" e que essa eleição marcou a "derrota da arrogância".
O petista repetiu a frase que usou ao longo da disputa: "Minas não tem dono, não tem rei, não tem imperador. Soberano é povo de Minas".
A crítica tem como alvo o grupo político do senador e presidenciável Aécio Neves, que é o líder do PSDB de Minas e agora vai enfrentar no segundo turno da disputa presidencial a presidente Dilma Rousseff (PT).
"Essa eleição mostra a derrota da arrogância. Aqueles que disseram que iam ter quatro milhões de votos na frente, colheram agora nas urnas um milhão de votos a mais contra eles e quase 500 mil votos a mais na coligação nacional", disse.
Pimentel se referia ao fato de o seu adversário na disputa pelo governo, Pimenta da Veiga (PSDB), ter dito ainda na pré-campanha que o grupo de Aécio daria ao presidenciável uma "votação histórica" em Minas –isso significaria mais de três milhões de votos de frente sobre Dilma.
"O povo de Minas deu uma lição àqueles que pretendiam ser donos dos votos e da vontade alheia. Nos nunca nos arvoramos. Donos de nada e nem de ninguém. Nos trabalhamos essa campanha com a mesma humildade que vamos governar Minas Gerais", completou.
A presidente ficou com 43% dos votos válidos em Minas, contra 40% de Aécio. Pimentel bateu Pimenta por 53% x 42%.
SEGUNDO TURNO NACIONAL
Pimentel disse que, na disputa pelo segundo turno presidencial, fará campanha como cidadão, não como governador eleito.
"Nós temos obrigações partidárias. [...] Mas nós sempre vamos respeitar o voto dos mineiros. Tenho a humildade de dizer que na disputa do segundo turno, eu sou um cidadão como outro qualquer", disse.
Sobre a parte administrativa e as muitas promessas que terá que cumprir, ele disse que tem "enorme senso de responsabilidade", e que começará a tratar da transição a partir desta segunda-feira (6).