Folha de S. Paulo


Marconi Perillo e Iris Rezende disputarão segundo turno em Goiás

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o ex-governador Iris Rezende (PMDB) vão disputar o segundo turno para definir quem vai governar o Estado a partir do próximo ano.

O tucano saiu na frente e obteve 46%, ante 28% do peemedebista.

Vanderlan Cardoso (PSB) teve 15% dos votos válidos, e Antônio Gomide (PT), 10%.

Em entrevista à imprensa após a divulgação do resultado, o governador Marconi Perillo disse que tem muitos motivos para comemorar, como chegar ao segundo turno com votação "extraordinária". "Elegemos uma bancada de federais muito expressiva, de deputados estaduais também. Todos esses estarão juntos conosco no segundo turno", disse.

O governador disse ainda que "a maior resposta a todos os ataques que nos foram feitos é esse resultado, mais de 46% de votos no primeiro turno. Agora é um [candidato] contra um, antes eram um monte contra um só".

Alan Marques/ Rodrigo Paiva/Folhapress
Em GOiás, o governador Marconi Perillo (esq) e o prefeito de Goiânia, Iris rezende, vão fazer o segundo turno
Em Goiás, Marconi Perillo (PSDB, esq.) e Iris Rezende (PMDB) disputarão o segundo turno

Em nota, Iris Rezende afirmou que "as urnas só reforçam que a população quer mudança e que a nossa luta precisa continuar. Mais gente votou contra do que a favor do governador".

Segundo ele, "todos nós da oposição, que representamos a alternativa ao governo que está aí, devemos nos unir". Rezende, que é ex-governador de Goiás, afirmou que procuraria os outros candidatos.

Esta será a terceira vez que Perillo e Rezende se enfrentam num segundo turno pelo governo de Goiás. Nas outras duas ocasiões, em 1998 e em 2010, o tucano venceu a disputa.

O governador conseguiu reunir a maior coligação no Estado, com 16 partidos, o que lhe garantiu o maior tempo na propaganda eleitoral: 7min19seg, ante 4min30seg de Iris.

A campanha em Goiás foi marcada pela polarização entre Perillo e Rezende, mas o tucano liderou as pesquisas durante toda a campanha.

O governador usou o programa eleitoral para comparar sua gestão com as anteriores, enfatizando investimentos em infraestrutura, programas sociais e a aprovação do passe livre estudantil como resposta às manifestações de junho de 2013.

Buscou se apresentar como gestor público que não discriminou prefeituras comandadas pela oposição e que tem bom trânsito no Congresso e no governo federal.

O programa do tucano defendeu Aécio Neves (PSDB) para presidente, mas também mostrou imagens do governador ao lado de Dilma Rousseff (PT) para afirmar que ele trabalha "em parceria" e "pelo bem de Goiás".

À frente nas pesquisas, Perillo foi contido nos ataques a adversários, mas teve que estancar acusações vindas de seus rivais, principalmente de Iris Rezende.

O peemedebista usou parte de seu programa para falar sobre o suposto envolvimento do governador com o empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar esquema de jogos ilegais e de corrupção de agentes públicos. A campanha tucana nega.

Rezende também explorou o sentimento de medo na população devido à série de assassinatos de mulheres no Estado, e chegou exibir depoimentos de parentes de vítimas, emocionados. Ele prometeu dobrar o efetivo das polícias Civil e Militar.

Iris Rezende, 80, procurou transmitir a imagem de força e jovialidade –apareceu no programa eleitoral com roupas esportivas praticando corrida de rua.

A candidatura peemedebista também foi marcada por uma disputa interna no partido. Após derrotar o empresário Júnior Friboi na indicação para a vaga, Iris viu dissidentes do partido migrarem para a campanha tucana.

Candidato do maior partido aliado de Dilma, Rezende não pediu votos para a petista, que também não participou ativamente da campanha de Antonio Gomide (PT).

Coube ao ex-presidente Lula gravar um vídeo em apoio ao petista, assim como Marina Silva (PSB) fez para Vanderlan Cardoso (PSB).

Os apoios, contudo, não foram suficientes para alavancar essas candidaturas. Cardoso e Gomide aproveitaram suas gestões como prefeitos de Senador Canedo e Anápolis, respectivamente, para tentar se projetar.

Os demais candidatos que não decolaram pregaram mudança e criticaram a alternância dos mesmos grupos no governo há mais de 30 anos.

SENADO

A vaga no Senado foi conquistada por Ronaldo Caiado (DEM). Ele obteve 48% dos votos, ficando à frente de Vilmar Rocha (PSD), com 38%, e da petista Marina Sant'Anna , com 11%.


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