Folha de S. Paulo


Raimundo Colombo (PSD) é reeleito governador de Santa Catarina

O atual governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), 59, foi reeleito neste domingo (5) com 51,36% dos votos válidos.

Ele derrotou o senador Paulo Bauer (PSDB), 57, e o ex-deputado federal Cláudio Vignatti (PT), 47, que somaram 29,90% e 15,56%, respectivamente.

Após o resultado, Colombo disse que está "pronto e motivado" para o novo governo. "Sinto-me preparado, com condições de fazer um governo determinado, ágil e participativo", disse, em entrevista à imprensa, em Lages (a 206 km de Florianópolis), onde votou e acompanhou a apuração.

"Vamos viver um momento de grandes realizações. No primeiro governo, gastamos 20% dos recursos. Agora temos 80% assinados e contratados. Vamos acelerar obras em curso e executar novas", declarou.

Com uma liderança folgada desde as primeiras pesquisas, alta popularidade no interior do Estado e uma campanha sem sobressaltos, Colombo pavimentou o caminho para sua reeleição formando uma ampla e heterodoxa coligação de partidos, que reuniu PMDB, PR, PDT, PC do B, DEM, PTB e PV.

Ele também atraiu doações de campanha de pesos pesados como JBS e BRF –que concentraram 63% dos R$ 3,5 milhões apresentados até a última parcial da prestação de contas da campanha; e desidratou a candidatura do petista Vignatti, que arrecadou R$ 270 mil (dos quais 70% vieram da empreiteira Andrade Gutierrez).

Com o apoio do PSDB de Aécio Neves e do PSB –mas não de Marina Silva–, Paulo Bauer procurou se lançar como o "novo", mas esbarrou no fato de os tucanos terem integrado os últimos governos estaduais, inclusive o de Colombo.

CAMPANHA

As obras em andamento no Estado foram o principal tema da campanha de Colombo, que tentou mostrar a imagem de que a economia de Santa Catarina está a pleno vapor.

Em vez de fazer novas promessas, o governador focou sua propaganda no que já foi entregue e no que deve ficar pronto nos próximos anos –com ajuda dos mais de R$ 11 bilhões que conseguiu financiar junto ao governo federal.

Reeleito, ele terá de lidar com antigos problemas de sua gestão, como o alto gasto com pessoal (47% da receita entre janeiro e julho de 2013, mais que o limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal), gastos com saúde e educação abaixo do mínimo legal (12% e 25%, respectivamente), segundo o Tribunal de Contas do Estado, e diversas obras atrasadas, como a reforma da ponte Hercílio Luz, cartão-postal da capital catarinense.

Colombo prometeu ao longo da campanha elevar o Estado "a um novo patamar de desenvolvimento" e "fazer mais" por áreas básicas como saúde e educação.

"O povo quer mudanças, avanços significativos. Não é ganhar e continuar como está", disse neste domingo (5), ao votar.

VIOLÊNCIA

No primeiro governo, Colombo viu o Estado mergulhar em três ondas de violência urbana sem precedentes, a última delas em curso há dez dias, motivo pelo qual foi acusado por opositores de descaso com a segurança pública.

Desde o último dia 26, atentados a ônibus, policiais e instalações de segurança pública já resultaram na morte de três pessoas e a convocação da Força Nacional de Segurança para ajudar a conter a violência em Santa Catarina.

Ele também foi atacado por gastar menos que o mínimo necessário em saúde (12% do orçamento) e por elevar o gasto com pessoal à casa de 47% da receita, o que está entre os limites de alerta e máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em resposta, disse ter contratado 5.000 policiais, ampliado hospitais e procedimentos complexos de saúde e honrado compromissos salariais de outros governos, o que fez a folha inchar.

Raimundo Colombo já foi secretário de Estado, deputado e federal, senador e prefeito de Lages por três vezes.

SENADO

Com 100% das urnas apuradas, o candidato Dário Berger (PMDB) foi eleito senador com 42,82% dos votos válidos.

Paulo Bornhausen (PSB) ficou em segundo lugar, com 38,38%, seguido por Milton Mendes (PT), com 14%.


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