Folha de S. Paulo


Eleitores em Buenos Aires escolhem candidato ligando para familiares no Brasil

Claudeci da Silva, 46, mora na Argentina há 15 anos e já votou em três eleições brasileiras. Ela afirma que nas últimas semanas não acompanhou os debates e nem procurou saber como estava a campanha no Brasil. Na hora de escolher em quem votar, ligou para um irmão que mora em Curitiba e para ouvir a sugestão dele. "Ele está mais por dentro das coisas", diz.

Mesmo com a internet, esse método de escolha ainda é um dos mais usados pelos brasileiros que votaram na Argentina.

Samanta da Silva, que vive em Buenos Aires desde 2006, ligou para a mãe, no Rio, e ouviu que era para votar "na menos pior", a candidata Marina Silva. E assim fez.

José Ricardo, que vive na Argentina há 15 anos, diz que decidiu votar em Dilma ao saber de seus parentes em Búzios que "muita coisa melhorou". Ele trabalha em um armazém na cidade de Lomas de Zamorra, na Grande Buenos Aires, e, conta que usa o aplicativo WhatsApp para ouvir dos familiares em quem votar.

Não são todos os brasileiros que decidem na base da consulta aos parentes. O programador Alex Ruzzarin, 30, nem mesmo sabe em quem seus familiares vão votar. "No sábado eu vi a gravação do último debate" diz o gaúcho de Caxias do Sul. Ele e a namorada votaram na Marina Silva.

DILMA VENCE

Com 949 votos, a presidente Dilma foi a candidata que teve mais eleitores em Buenos Aires. Ela teve o equivalente a 40% dos votos válidos. Logo atrás dela veio Aécio Neves, com 890, ou 37% do total. A candidata Marina Silva ficou em terceiro com 383, que dá 16%. Luciana Genro teve 2,4% dos votos, e Eduardo Jorge, 1,5%. Os outros não chegaram a um ponto porcentual.

Em Buenos Aires há 5.387 brasileiros aptos a votar, mas apenas 2.475 compareceram.


Endereço da página: