Eleitores precisaram de muita paciência para conseguir votar em algumas seções do Rio Grande do Norte. Em Natal, a capital, muitos enfrentaram longas filas, causadas principalmente pelo atraso causado pela biometria.
Em um dos principais colégios eleitorais da capital, na unidade Roberto Freire da UnP (Universidade Potiguar), centenas de pessoas ainda esperavam na fila mesmo após o término oficial das eleições, previsto para as 17h.
Em média, muitos eleitores passaram cerca de 1 hora e meia nas filas apenas neste local de votação. Alguns, impacientes, acabaram desistindo. Muitos mesários acabaram discutindo com cidadãos insatisfeitos com a demora.
A professora universitária Aparecida Santos, 46, aguardou por quase duas horas a oportunidade de votar. "Estou surpresa, porque nunca foi dessa forma, nunca se demorou tanto para votar", disse.
Já o comerciante João Fonseca aparentava irritação com as horas perdidas à espera do seu encontro com a urna. "O que ocorre aqui é um absurdo. Isso está um caos. Nós não merecemos passar por isso", desabafou.
Às 16h50, a Folha apurou que na seção 371 da 3ª zona eleitoral potiguar 450 pessoas ainda não tinam votado. Na porta da sala, uma longa fila se formava.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado informou que, mesmo após às 17h, todos os eleitores que estivessem esperando teriam direito a votar e que a seção permaneceria aberta até o último da fila, sem hora para fechar.
Antes dos problemas, a previsão do TRE para o Rio Grande do Norte era que todas as urnas estivessem apuradas até às 23 horas deste domingo (5).
| Edson Silva/Folhapress | ||
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| Orientação é que mesário faça até oito tentativas de coletar impressão digital |
PARANÁ
Em Curitiba, ao menos dois eleitores relataram que deixaram de votar por problemas na biometria, de acordo com o TRE-PR.
O órgão, porém, diz que foram "falhas de mesários", e não do sistema.
Nos dois casos, o voto já havia sido registrado -ou seja, outra pessoa havia votado no lugar do eleitor. A hipótese mais provável é que, após as oito tentativas de reconhecer as digitais, o voto tenha sido registrado pelo número do título, mas com erro, o que gerou a confusão.
Em entrevista após o encerramento da votação, o presidente do TRE-PR, Edson Vidal Pinto, admitiu que houve "alguns problemas" com a biometria. "É uma tecnologia nova."
A votação iria se estender em alguns locais por causa disso.
O desembargador afirmou que os problemas foram "eminentemente técnicos", e que qualquer denúncia de eleitor que deixou de votar por causa de erro na biometria será apurada. "Não se subtraiu de ninguém o direito do voto."
PAÍS
O secretário de tecnologia da informação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Giuseppe Janino, disse que é preciso intensificar o treinamento dos mesários que atuam em seções de voto biométrico. Além do Rio Grande do Norte e Paraná, foram registrados problemas também no Paraíba, Goiás, Maranhão e Distrito Federal.
Janino afirmou ter havido relatos de atrasos pontuais em seções eleitorais devido à demora no processo de identificação, muitas vezes causado por um mal posicionamento do dedo no leitor. O secretário, no entanto, disse não acreditar que isso não vá atrasar o resultado das eleições.
"Identificamos grande necessidade de amadurecimento desta prática [da biometria], dessa funcionalidade, e capacitação maior dos nossos colaboradores", disse. "Como entendemos que esses eventos [de demora] não são generalizados, muito pelo contrário, são em pequenos pontos, não entendemos que isso vá atrasar o processo de fechamento", completou.