Folha de S. Paulo


Pezão tem o triplo de cabos eleitorais pagos em relação a adversários no Rio

Com a maior arrecadação do Rio, a campanha do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) conta com um exército de 1.420 funcionários pagos em todo o Estado. É quase o triplo do estafe declarado por seus três principais concorrentes.

Esse é o total de pessoas que o peemedebista declarou ter pago até o início de setembro em prestação de contas à Justiça Eleitoral. Quase a totalidade deste grupo é composta por cabos eleitorais contratados para segurar bandeiras, colar adesivos ou cuidar de cavaletes espalhados pelo Estado.

Líder na pesquisa de intenção de voto do Datafolha, com 31% de preferência do eleitorado, Pezão tem forte estrutura de campanha. Já seus adversários se queixam de falta de recursos. Pezão arrecadou até o início de setembro R$ 13 milhões, quase o dobro de seus principais rivais.

O senador Marcelo Crivella (PRB) declarou ter contratado 310 pessoas até início de setembro, enquanto Lindbergh Farias (PT) diz ter contratado 135 pessoas até setembro. Anthony Garotinho (PR) declarou ter a menor equipe: 37 pessoas pagas por sua campanha. O número total de funcionários e gastos devem subir, já que há novas contratações em curso esta reta final da campanha.

A coordenação de logística da campanha de Pezão está a cargo do ex-secretário de Governo, Wilson Carlos, que atuava nas campanhas do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). A principal estratégia da equipe é visibilidade nos principais pontos de circulação. Equipes do peemedebistas foram vistas inclusive em ato de Lindbergh ao lado da presidente Dilma Rousseff, em São Gonçalo.

No mercado de cabos eleitorais pagos, diz-se que Pezão é o que melhor paga. Entre eles estão Wenderson Brito, 20, e Daiza Regina, 19, moradores de Vicente de Carvalho (zona norte). Estreantes na função, passam o dia entre conferências no Facebook ao celular e sonecas embaixo da placa maior com o rosto do governador. Antes desempregados, os dois vão faturar R$ 1.200 cada em duas semanas de serviço.

A estudante Sabrina Cavina, 19, concilia o estudo e o trabalho. Vai à aula pela manhã e trabalha das 14h30 às 21h30. "Espero poder trabalhar também no segundo turno", projeta Cavina, que diz votar em Pezão "por considerá-lo o melhor candidato".

Os comitês que arregimentam os cabos eleitorais também subsidiam o transporte e a alimentação do pessoal. Há dois turnos de trabalho.

O volume de cabos eleitorais contratados já criou até constrangimentos para a campanha peemedebista. Faltou dinheiro no início de agosto na agência bancária do Banco do Brasil, na avenida Presidente Vargas (centro), onde centenas de funcionários da campanha se aglomeraram no local para retirar o pagamento. O PMDB agora orienta que o pagamento seja feito em conta.


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