Folha de S. Paulo


Marina desconversa sobre apoio de Aécio no segundo turno

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, evitou dizer nesta sexta-feira (26) se irá buscar o apoio de Aécio Neves, candidato do PSDB, em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

"Segundo turno a gente discute no segundo turno", afirmou a candidata, após ser questionada sobre possível obstáculo a uma aliança com o tucano diante das críticas que recebe do candidato do PSDB.

Marina procurou marcar diferenças com Aécio e Dilma ao cobrar a apresentação, pelos rivais, de versões finais dos programas de governo.

"Primeiro turno a gente deve apresentar as nossas ideias, as nossas propostas, de preferência na forma de um programa, e infelizmente os nossos adversários ainda não apresentaram", afirmou, em entrevista antes da divulgação da última pesquisa Datafolha, que apontou crescimento de Dilma.

Em meio a uma disputa interna no PSB –que na próxima semana deve eleger o seu novo comando nacional–, Marina foi questionada sobre como administrar interesses da Rede Solidariedade (o partido que ela não conseguiu viabilizar) e do PSB.

"Isso não tem nenhum problema", afirmou a candidata. "Eu sou a candidata dos partidos da aliança [que a sustenta], vou governar com os partidos da aliança e com os melhores dos outros partidos, os melhores da academia, dos movimentos sociais, da iniciativa privada e dos servidores públicos", completou.

A candidata do PSB chegou no começo da noite a Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas, onde encontrou Tarcísio Delgado, candidato do PSB ao governo estadual.

Ela esteve antes em Varginha, no sul de Minas, e Tarcísio Delgado não estava. Com poucos recursos para a campanha, os passos de Delgado têm sido bem limitados –segundo o Datafolha, ele tem 3% das intenções de voto.

Tarcísio é ex-prefeito de Juiz de Fora, onde quase não se vê material de campanha e de Marina.

COMÍCIO

Em comício, Marina voltou a cobrar dos adversários a apresentação dos programas de governo, desta vez ao citar o cenário de violência no país.

"Por isso a sociedade brasileira está exigindo que, ao invés de saliva, se apresente um programa. Infelizmente, a presidente Dilma, o [ex] governador Aécio não apresentaram um programa. Não disseram o que vão fazer para mudar a triste realidade de violência do nosso país", afirmou.

Marina se apresentou como candidata que "não é a oposição raivosa nem a situação cega". "O tempo está nos mostrando que a polarização entre o PT e o PSDB acabou. O tempo da guerra entre o azul e o vermelho acabou", disse.

Marina também rebateu ataques e pediu que apoiadores ajudem a desfazer "mentiras" que circulam contra ela pela internet.

E retomou críticas a Dilma ao afirmar que, se a presidente vencer, terá que agradecer ao "marqueteiro" e a políticos como José Sarney (PMDB), Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB).


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