Folha de S. Paulo


Revisão da CLT 'você não sabe como termina', diz Padilha em ato sindical

Em evento de apoio à presidente Dilma Rousseff (PT) organizado por centrais sindicais, o candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, assumiu críticas da campanha presidencial às propostas da adversária Marina Silva (PSB) de mudança na legislação trabalhista.

"Quando você fala em revisão da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], é aquelas coisas que você sabe como começa, mas não sabe como termina", disse o ex-ministro da Saúde ao final de caminhada pelo centro da capital paulista nesta sexta-feira (26).

"As centrais sindicais têm direito de falar que, quando alguém fala em revisão da CLT, está colocando em risco todos os direitos trabalhistas", disse o petista.

Estiveram presentes na passeata sindicalistas ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e à UGT (União Geral dos Trabalhadores). Na semana passada, Marina Silva falou sobre a necessidade de "atualização" da legislação trabalhista em um debate com empreendedores.

A fala foi a deixa para Dilma se colocar como candidata dos direitos trabalhistas. "Décimo terceiro salário, férias e horas extra, [não se muda] nem que a vaca tussa", disse a petista em encontro com empresários um dia depois da afirmação de Marina.

O evento se apropriou da fala de Dilma e foi intitulado mobilização "Nem que a vaca tussa". Manifestantes foram fantasiados e levaram fantoches do animal, além de levar cartazes com dizeres como "Desvalorizar salários? Nem que a vaca tussa!" e "Acabar com 13º? Nem que a vaca tussa!".

Porém, ao falar em atualização da legislação trabalhista, Marina Silva não detalhou que mudanças seriam feitas e não especificou que direitos poderiam ser alterados.

Ao lado de Padilha, o senador e candidato à reeleição Eduardo Suplicy (PT) também participou do evento. Ao comentar as reivindicações dos participantes e a campanha presidencial, foi mais comedido.

"Eu não vi candidato propor o fim do 13º salário. Isso é uma aspiração e uma defesa que as centrais sindicais estão fazendo do 13º. Alguém querer retirar isso vai ser muito difícil", disse o senador. "Mas é legítimo que uma central sindical diga isso, para que os candidatos saibam", completou.


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