O ex-presidente Lula afirmou na noite desta quinta-feira (25) que a imprensa trata o PT da mesma forma como tratava os ex-presidentes Getúlio Vargas, João Goulart (o Jango) e Juscelino Kubitschek.
Em discurso durante comício da campanha à reeleição do governador Agnelo Queiroz em Ceilândia, região administrativo do Distrito Federal, Lula fez duras críticas à imprensa e exaltou ações da gestão petista no governo federal.
Lula disse que, após ler a biografia de Getúlio, ficou "assustado como um setor da imprensa brasileira e da elite tratavam o Getúlio. Se vocês leem a biografia, vocês têm a impressão que é hoje que está acontecendo".
E citou também os ex-presidentes Jango, deposto após um golpe militar, e JK. "Se a gente vê o que eles falavam do João Goulart em 1963, é a mesma coisa que falam hoje de nós. Se você pegar o Juscelino, que não era nenhum homem de esquerda, era um liberal, e você vê o que a elite falava dele, é quase a mesma coisa do que falam de você [Agnelo] e da presidente Dilma [Rousseff]", afirmou Lula.
A presença de Dilma era prevista no comício, mas ela cancelou de última hora alegando cansaço por causa da viagem aos Estados Unidos.
Coube a Lula fazer a defesa do governo da petista e criticar seus adversários na campanha. Sobre o tucano Aécio Neves, o petista criticou o "choque de gestão". "Significa arrocho salarial, diminuir os benefícios dos trabalhadores e mandar funcionário público embora".
Em relação à sua ex-ministra Marina Silva (PSB), Lula disse que "também" a ama, mas que a escolha de um presidente "não é um caso de amor". "Se não eu chamava a Marisa [Letícia, sua esposa] para ser presidente, não a Dilma", disse.
Na avaliação do ex-presidente, apesar da crise econômica mundial e do baixo desempenho da economia brasileira, Dilma escolheu "não jogar no povo trabalhador a crise econômica causada pelos banqueiros".
Lula disse ainda que a elite "não admite pobre comprar carne de primeira porque eles pensam que nós nascemos para comer músculo. E nós temos que dizer 'não, músculo era no tempo de vocês, agora nós queremos é filé, nós queremos é picanha, nós queremos é costela'".
"Eles não admitem que uma guerrilheira, que aos 20 anos foi torturada, possa ser presidente da República deste país e está fazendo uma administração extraordinária, enfrentando uma crise econômica sem precedentes neste século", afirmou o ex-presidente.