A presidente Dilma Rousseff (PT) disse em entrevista nesta sexta-feira (19) que os órgãos de imprensa não têm a função de fazer apurações. "Não é função da imprensa fazer investigação, é função divulgar informações", afirmou a presidente.
Dilma explicava que pedirá ao STF (Supremo Tribunal Federal) o acesso a dados da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, pois não confia na informação, vinda da imprensa, de que ao menos um ministro de Estado foi citado na lista de políticos envolvidos com esquema de corrupção na estatal.
"Quero ser informada se no governo tem alguém envolvido. Eu não tenho porque dizer que tem alguém envolvido porque eu não reconheço na revista "Veja" nem em nenhum órgão de imprensa o status que tem a Polícia Federal, o Ministério Público e o Supremo [Tribunal Federal]", disse.
De acordo com a revista "Veja", o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) fez parte do esquema, que envolveu ainda 25 deputados federais, 6 senadores e 3 governadores.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) negou ao governo o acesso às informações da delação premiada de Paulo Roberto Costa.
Pela manhã, a presidente recebeu atletas olímpicos e paraolímpicos no Palácio do Planalto e defendeu a criação e manutenção do Ministério do Esporte.
BOLSA DE VALORES
Na entrevista à imprensa, presidente também classificou como "ridícula" a onda de especulações na Bolsa de Valores envolvendo as pesquisas eleitorais.
O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu nesta sexta após a divulgação da pesquisa Datafolha, na qual Dilma se fortalece na liderança do primeiro turno da eleição.
Às 12h15 (de Brasília), o Ibovespa perdia 0,70%, para 57.966 pontos. O volume financeiro era de R$ 1,553 bilhão. Quando houve subida da candidata Marina Silva (PSB) nas pesquisas, também houve subidas na Bolsa de Valores.
"Acho ótima a reação da Bolsa. Quando a Bolsa cai, eu falo 'será que eu subi'? Tá ficando ridículo isso, especulação tem limite e acho que tem gente ganhando com isso. Eu não sou, eu perco. Eu acho desagradável o fato de acharem que uma coisa está vinculada à outra, quando sobe ou quando desce", disse Dilma.
Questionada sobre o resultado do Datafolha, ela disse que não comenta pesquisas.