Folha de S. Paulo


'Eu não escondo o PT', diz Dilma em entrevista

Candidata à reeleição pelo PT, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (18) que não esconde o PT nas propagandas eleitorais e afirmou que respeita a sua coligação, formada por nove partidos. A presidente deu a declaração durante a entrevista que concedeu ao "Jornal da Record".

Dilma foi questionada se está pedindo ao eleitor para votar em seu nome e não no do partido ao exibir raramente o principal símbolo do PT –a estrela vermelha– durante a exibição do programa eleitoral na televisão.

"De maneira alguma. Tanto é assim, que aparece eu, o Lula e o PT, sim senhor. Em todos os comícios, carreatas e passeatas que eu faço, tem todas as bandeiras e camisetas vermelhas do PT. Agora, a minha coligação não é só o PT. Eu tenho de respeitar um pouco a minha coligação", disse.

Ao citar os partidos que compõem a sua coligação, Dilma esqueceu de mencionar quatro siglas: PP, PSD, Pros e PRB. As outras legendas que apoiam Dilma são: PMDB, PDT, PC do B e PR. "Cada partido tem o seu símbolo e eu sou candidata de toda essa base", disse.

Durante a entrevista, Dilma afirmou que irá priorizar a educação em um eventual segundo mandato. "O foco nosso, o centro de todas as questões do meu próximo governo, será a educação. E a meta de todas as metas será a qualidade de vida do brasileiro. Temos de reforçar muito os fundamentos éticos, com a igualdade de oportunidades", disse.

A presidente voltou a defender uma reforma política como forma de diminuir os atos de corrupção no governo. "A gente precisa urgente de uma reforma política. Sem mudar as regras de financiamento da campanha, vai ser muito difícil que nós tenhamos um combate sistemático à corrupção. Crime de corrupção é encoberto", disse.

Dilma voltou a dizer que investigar crimes que envolvem corrupção em órgãos públicos não é algo simples. Para a presidente, a Polícia Federal e o Ministério Público têm autonomia para investigar. No entanto, ela ressaltou que o mais importante é descobrir o caso de corrupção e levantar provas consistentes que possam levar à condenação dos envolvidos.

"Acho que o fundamental é ter provas consistentes. Porque se tiver o perdão, se não punir e não tiver como assegurar que a impunidade não ocorra, você não acaba com a corrupção. O grande patrocinador da corrupção é o fato de achar que ela é impune", disse.


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