Folha de S. Paulo


Presidente da Petrobras fala à CGU sobre investigações envolvendo estatal

A presidente da Petrobras, Graça Foster, foi alertada pessoalmente nesta terça-feira (16), na sede da CGU (Controladoria-Geral da União), para que nenhum funcionário investigado por corrupção seja beneficiado pelo programa de demissão voluntária em andamento na empresa.

O ministro Jorge Hage pediu ainda que nenhum funcionário entre no programa sem que a CGU seja consultada e faça uma análise se há alguma investigação em andamento sobre o funcionário nas auditorias.

O Programa de Incentivo de Demissões Voluntárias da Petrobras prevê um bônus financeiro para os funcionários que decidirem aderir. Todavia, na opinião da CGU, um funcionário suspeito de corrupção não pode ser beneficiado financeiramente.

Graça Foster esteve na CGU para falar sobre a polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e sobre os suspeitos contratos da estatal com a empresa holandesa SBM Offshore.

Os dois casos são alvo de investigação interna na CGU, que nega ter colhido depoimento da presidente da companhia.

"Na reunião realizada hoje entre o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, e a presidente da Petrobras, Graça Foster, foram tratados diversos assuntos relativos às apurações que a CGU vem fazendo na Petrobras", informou, a CGU por meio de nota.

Foster esteve na sede da CGU, em Brasília, por cerca de uma hora na tarde desta terça. Segundo a CGU, "não se trata de depoimento e sim de colaboração nas investigações, mesmo porque essa tem sido a postura da presidente Graça Foster desde o início dos trabalhos de auditoria".

Daniel Marenco - 6.dez.2013/Folhapress
A presidente da Petrobras, Graça Foster, na sede da empresa, no centro do Rio
A presidente da Petrobras, Graça Foster, na sede da empresa, no centro do Rio

PASADENA

A CGU está prestes a concluir as apurações sobre a compra da refinaria de Pasadena. Falta apenas manifestação da Petrobras em relação aos achados dos auditores para, em seguida, concluir o relatório final.

O Tribunal de Contas da União já identificou prejuízo de US$ 792 milhões (R$ 1,7 bilhão) no negócio.

No caso da SBM Offshore, suspeita de pagar propina a agentes públicos de diferentes países, entre eles o Brasil, a CGU apura os contratos da Petrobras com a empresa que aluga plataformas de petróleo.

O órgão de controle deu continuidade a uma investigação interna da própria Petrobras

"Os trabalhos envolvem investigações tanto no país quanto no exterior. Além disso, também faz parte do trabalho o exame da rede de relacionamento entre agentes públicos e representantes da SBM", informa nota do órgão.


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