Um grupo de cerca de cem crianças invadiu ato que contava com a presença da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT. Dilma participava de uma apresentação sobre programas de educação da prefeitura do Rio de Janeiro quando crianças do Complexo de favelas da Maré, na zona norte da capital fluminense, tomaram a área reservada aos jornalistas.
A maioria das crianças tinha entre quatro e dez anos de idade. O vacilo de segurança inviabilizou a coletiva de imprensa prevista para a ocasião, um evento oficial da Presidência da República. Após a coletiva frustrada, três meninos conseguiram ainda furar totalmente o cerco e abraçaram a presidente. Eles seguiram o carro em que Dilma estava e, em dado momento, objetos foram jogados contra o veículo.
Ao lado de uma plateia composta por funcionários de uma construtora e representantes de ONGs que atuam na Maré, Dilma assistiu a uma apresentação de três minutos sobre um programa que visa a construir escolas com turnos de sete horas por dia nas regiões mais pobres da cidade. O prefeito carioca Eduardo Paes (PMDB) fez a apresentação e explicou que o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) não poderia participar da apresentação por conta da legislação eleitoral.
Dilma assistiu à apresentação e aplaudiu a iniciativa, que se propõe a investir R$ 236 milhões em educação até 2016.
Enquanto as crianças tomavam a área e gritavam o nome da presidente, ela fez o rápido pronunciamento e não respondeu perguntas. Relacionou o projeto apresentado aos centros educacionais implantados pelo ex-governador Leonel Brizola, os Cieps, que previam o ensino integral, com a ocupação militar da Maré, que envolve 2 mil militares.
Curiosamente, a solenidade de que Dilma participou estava prevista tanto na agenda presidencial quanto na de candidata. Segundo a assessoria da campanha, o ato era da Presidência, mas como haveria captação de imagens para o horário de propaganda eleitoral na TV, a opção foi por incluir a agenda nas duas posições.