Folha de S. Paulo


Apoiado por nanicos, Alckmin diz que excesso de siglas 'destruirá a democracia'

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou nesta terça-feira (9) o excesso de partidos políticos no país e avaliou que a criação de novas legendas irá "destruir a democracia brasileira".

Nas eleições deste ano, no entanto, o tucano é o candidato em São Paulo apoiado pelo maior número de legendas, 14 no total, entre elas siglas nanicas, como o PT do B, PSC, PEN, PMN e PTN.

Em palestra a empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), na capital paulista, o governador lembrou que, atualmente, 32 partidos disputam as eleições e 35 já obtiveram registro na Justiça Eleitoral. De acordo com ele, mais 26 colhem assinaturas para criação de novas siglas.

"Isso vai destruir a democracia brasileira. É ingovernável. São pequenas e médias empresas, todas sustentadas por dinheiro público do fundo partidário. É uma vergonha nós termos chegado a esse ponto. Não há 35 ideologias. É um balcão", criticou.

Os principais adversários do tucano têm, juntos, apenas metade das legendas que apoiam o governador. A chapa do candidato Paulo Skaf (PMDB) é formada por cinco partidos, e a do candidato Alexandre Padilha (PT) é composta por três.

No final do evento, o governador foi questionado se havia incoerência entre as críticas ao excesso de partidos no país e ao número de siglas que o apoiam nas eleições deste ano. O tucano minimizou o grande número de legendas em sua chapa à reeleição e ressaltou que não é o candidato com o maior tempo de televisão na disputa estadual.

"Eu não tenho o maior horário eleitoral, embora seja governador do Estado e esteja em exercício. É errado esse pluripartidarismo, porque enfraquece os partidos", disse.

O peemedebista é o que tem maior tempo no horário eleitoral (5m52s), seguido pelo tucano (4m58s) e pelo petista (4m12s). O tempo de televisão não é determinado pelo número de legendas na aliança, mas pela representação da bancada dos partidos na Câmara dos Deputados.

Na palestra, o governador defendeu que o presidente eleito neste ano realize já no primeiro semestre do ano que vem uma reforma política. Na avaliação dele, no entanto, ainda é cedo para mudar o atual modelo de reeleição.

AGENDA POSITIVA

Na conversa com os empresários, o governador foi questionado sobre propostas nas áreas de transporte, segurança e energia. As perguntas não incluíram temas sensíveis de seu governo, como a crise da água e o atraso na entrega de obras públicas.

No início do evento, o presidente do Lide, João Dória Júnior, fez questão de lembrar que é filiado ao PSDB e anunciou apoio à candidatura do tucano. "O meu voto com estima e com amizade vai para Geraldo Alckmin", disse.

Na apresentação das realizações na área de transporte metropolitano, o governador afirmou que as obras da Linha 17-Ouro do metrô de São Paulo estão "super adiantadas".

A linha era prevista, no entanto, para a Copa do Mundo de 2014, mas houve atrasos e só será entregue em 2015.

"As obras da Linha 17- Ouro estão em fase final. Nós não vamos entregar agora, mas para colher, tem de plantar. Nós temos hoje 101 km de obras em metrô e trem em São Paulo", justificou.


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