Folha de S. Paulo


Após delação de Costa, Dilma diz que não tomará decisão com base em 'especulações'

A presidente Dilma Rousseff (PT) disse neste sábado (6) que vai aguardar as informações oficiais para tomar "todas as providências cabíveis".

Não haverá nenhum tipo de decisão, segundo Dilma, "com base em especulações", disse a presidente que participa neste sábado de um evento em homenagem às mulheres no centro de São Paulo.

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, além de candidatos ao parlamento participaram do evento com a petista.

Segundo reportagem da revista "Veja" desta semana, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa listou em delação premiada nomes da base aliada da presidente Dilma Rousseff e de integrantes do PT envolvidos com o esquema de corrupção na estatal.

Na lista, consta o nome do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), os líderes do Congresso, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Editoria de Arte/Folhapress

Além deles, Costa também cita Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP).

O tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, disse que nunca tratou de assunto relativo ao partido com o senhor Paulo Roberto Costa e que é "absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto".

Já a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), disse que repudia as referências feitas a ela pelo ex-diretor da Petrobras. "Nunca participei de nenhum esquema de corrupção e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza. Tomarei todas as medidas jurídicas cabíveis para resguardar minha honra e minha dignidade".

TAXISTAS

Mais cedo, Dilma participou de um evento com taxistas de São Paulo. Num discurso costurado sob medida para agradar taxistas, a presidente afirmou que seu eventual segundo mandato não vai haver "tarifaço" no preço da gasolina e que o governo federal não vai "lavar as mãos" na segurança.

A presidente afirmou que não vai permitir que o mercado interno defina o preço da gasolina e do diesel no Brasil. "Nós somos contra o tarifaço, tem gente querendo que a gente atrele o preço da gasolina e do diesel ao preço do petróleo no mercado internacional. Ao invés de o Brasil definir o preço, quem definiria seria o mercado internacional", afirmou.

"Se houver qualquer briga dos EUA com Oriente Médio, o preço sobe. Então não é correto isso", disse. A petista afirmou que até pode ocorre aumento da gasolina, mas sem "tarifaço" de 40%.

A presidente também reforçou que vai mandar ao Congresso uma proposta para alterar a Constituição para que o governo possa assumir a segurança. Ela disse que vai atuar em parceria com os Estados. Dilma disse que entende que a questão da segurança é sensível para a categoria.


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