Folha de S. Paulo


Na TV, Marina cita pré-sal para fazer 'vacina' sobre escândalo da Petrobras

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, começou a tratar do esquema de corrupção na Petrobras na propaganda eleitoral que foi ao ar na TV às 13h deste sábado (6), e será reexibida às 20h, como antecipou a Folha.

A ex-senadora gravou na noite desta sexta-feira (5), em São Paulo, um depoimento que servirá como uma "espécie de vacina" para o envolvimento de Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP), com o caso.

Marina direcionou o foco do escândalo para o governo petista, falando principalmente do pré-sal. "No meu governo, os recursos do pré-sal vão ser usados para saúde e educação, não para corrupção", disse a candidata na TV. Segundo aliados, as acusações de que Marina não dará prioridade à exploração do pré-sal eram uma "cortina de fumaça" para que o PT escondesse as denúncias contra pessoas ligadas ao governo federal.

Oficialmente, Marina diz que todas as acusações precisam ser investigadas e reforçará a ideia de que a Petrobras não pode ser utilizada para beneficiar políticos. A ex-senadora afirma ainda que está sendo vítima de uma "campanha de mentiras e boatos" e que a exploração do pré-sal é sim uma prioridade de seu eventual governo, ao contrário do que diz o PT da presidente Dilma Rousseff.

Editoria de Arte/Folhapress

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa listou, em depoimento em regime de delação premiada, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), os líderes do Congresso, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e Eduardo Campos entre os políticos envolvidos com o esquema de corrupção na estatal, segundo informou a revista "Veja", sem apresentar documentos e valores.

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), João Pizzolatti (PP-SC) e o ex-ministro Mário Negromonte (PP) também aparecem entre os nomes listados pelo ex-diretor.

A cúpula da campanha de Marina foi informada sobre a divulgação da lista de Costa na tarde desta sexta, mas ainda sem detalhes. A partir daí, a avaliação foi a de que a candidata precisaria ir para a televisão para falar sobre a Petrobras para criar uma vacina para a sua candidatura. Até o fim da noite de sexta, porém, o entorno de Marina ainda não tinha certeza sobre o aparecimento do nome de Campos na lista. Por isso, a orientação da equipe foi fazer uma referência branda ao caso.

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PSB

O PSB decidiu não se pronunciar oficialmente pelo menos por enquanto. A avaliação é de que Paulo Roberto Costa "apenas cita o nome de Eduardo Campos" e, dessa forma, dizem dirigentes do partido, é preciso esperar que haja provas contra o ex-governador de Pernambuco, morto em um acidente aéreo no dia 13 de agosto.

O comando do PSB, porém, já se mobiliza para fazer o levantamento da documentação da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A obra era responsabilidade de Costa e o TCU (Tribunal de Contas da União) apontou indícios de superfaturamento em sua execução.


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