Folha de S. Paulo


Marina diz que 'talvez seja tarde' para Dilma indicar troca de Mantega

A candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (5) que "talvez seja tarde" para a decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) em relação à troca do ministro da Fazenda, Guido Mantega, caso a petista vença as eleições.

De acordo com a ex-senadora, a sociedade brasileira vai "mudar" Dilma e, assim, sua equipe econômica.

"Hoje a presidente Dilma sinaliza que vai mudar sua equipe econômica, mas talvez seja tarde para o movimento que ela está fazendo. A sociedade brasileira vai mudá-la e, mudando-a, a equipe econômica será outra", afirmou Marina após a inauguração de um comitê voluntário de sua campanha, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Durante entrevista em Fortaleza, nesta quinta-feira (4), Dilma foi questionada especificamente sobre o futuro de Mantega. "Eleição nova, governo novo, equipe nova", respondeu a presidente.

PRÉ-SAL

Diante das críticas que vem recebendo dos adversários desde que despontou nas pesquisas, Marina disse que se sente "injustiçada" e convocou os eleitores para ajudá-la a fazer "uma campanha de limpeza na campanha".

"Enquanto nossos adversários fazem uma campanha de difamação e destruição do processo político legítimo, nós respondemos pedindo apoio e solidariedade de toda a população", declarou a candidata.

Marina disse que tem sido vítima de uma "indústria de boatos e mentiras que estão sendo lançados na internet pelos partidos da polarização, PT e PSDB".

A ex-senadora usou de exemplo a caminhada que foi convocada pelo PT no Rio de Janeiro em defesa do pré-sal e do modelo de distribuição dos royalties de petróleo, da qual a Dilma deve participar.

A iniciativa petista acontece após reportagem publicada nesta sexta pelo jornal "O Dia" afirmar que Marina é favorável a projeto de lei que tira recursos de Estados produtores de petróleo, como Rio e Espírito Santo. A campanha da candidata desmente e entrou com pedido de direito de resposta.

O programa de governo da candidata do PSB virou foco de crítica dos petistas porque dá prioridade a fontes de energia limpa e renovável para ampliar a matriz energética do país.

"O que está sendo dito no Rio de Janeiro é uma onda de boatos e mentiras pelo medo que os nossos adversários têm da nossa campanha", disse Marina.

"Nosso compromisso é com a exploração do pré-sal sem prejuízo dos Estados produtores em relação aos royalties", concluiu.

Pedro Ladeira - 4.set.2014/Folhapress
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante reunião em Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante reunião em Brasília

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