Folha de S. Paulo


Aécio e Dilma usam propaganda eleitoral para atacar Marina no rádio

Empatada tecnicamente com a presidente Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenções de votos, a candidata do PSB ao Planalto, Marina Silva, continua a ser o principal alvo dos ataques no programa eleitoral de rádio da petista e do senador Aécio Neves (PSDB).

Nesta quinta-feira (4), as campanhas dos dois presidenciáveis reforçaram críticas à falta de experiência da pessebista em mandatos no Executivo e sua pouca base no Congresso.

Marina evitou atritos, mas respondeu às críticas sobre falta de partidos aliados em referência indireta ao governo Dilma. Ao defender a reforma política, disse que "nada é possível se o governo é repartido como cartas de baralho".

A propaganda de Dilma voltou a veicular inserção que compara Marina com os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello (PTB), políticos que surgiram como representantes de mudança da política tradicional que tiveram seus mandatos interrompidos, respectivamente, por renúncia e impeachment.

Também fez uma compilação das falas da presidente contra Marina no debate promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan na segunda-feira (1º). Um dos locutores diz que "Dilma mostrou para a outra candidata que, para ser presidente, é muito mais que fala mansa e palavreado difícil".

Antes do fim, a publicidade critica a imprensa pelas notícias sobre recessão técnica sofrida pelo país e exibe manchetes de 2009, que também apontavam que o país sofreu com o problema, antes de crescer 7,5% em 2010.

A peça de Aécio segue estratégia de comparar Dilma a Marina. Logo no início, um locutor diz que "o Brasil perdeu quatro anos" e "não pode correr o risco de perder mais quatro". A intenção é taxar Marina como "uma aventura", sem experiência de gestão antes da eleição presidencial, como Dilma em 2010. Falas do tucano para a TV, em que ele afirma ser a mudança com "coerência" e "quadros qualificados", são reeditadas ao rádio.

A propaganda de Marina desta quinta evitou atacar os adversários –exceto na alfinetada sobre reforma política. No início da publicidade, a candidata agradece ao eleitor pelas contribuições no programa de governo e, em seguida, o vice Beto Albuquerque (PSB) fala que os compromissos assumidos pela candidata serão cumpridos.

Beto se tornou uma espécie de fiador político da candidata entre setores que rejeitavam sua candidatura. Em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL, o vice de Marina acha que 8 em cada 10 eleitores de Aécio Neves deverão votar em Marina Silva para presidente num eventual segundo turno. Os outros dois "talvez votariam em Marina".

Segundo o último Datafolha, Dilma tem 35% das intenções de voto, Marina está com 34% e Aécio, 14%.


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