Folha de S. Paulo


Novo visual de Marina busca ares de neutralidade e leveza

"Desde a campanha do Fernando Collor [em 1989], é inevitável que os candidatos à Presidência repaginem o visual e tentem apurar sua imagem." A frase do estilista mineiro Ronaldo Fraga resume o momento que sua amiga, a ex-senadora Marina Silva (PSB), atravessa na disputa pela liderança do Poder Executivo.

De coadjuvante de luxo da campanha de Eduardo Campos, morto no mês passado em um acidente aéreo, a peça-chave da corrida eleitoral, Marina vem mostrando versatilidade na hora de adaptar seu estilo a partir das circunstâncias.

Daniel Marenco/Ernesto Rodrigues/Folhapress
Marina em 2010 e em 2014
Marina em 2010 e em 2014

Assim como em suas aparições mais recentes, no debate desta segunda-feira (1º) ela reproduziu no cabelo, na maquiagem e nas roupas o visual "de alguém que não está preocupado em parecer moderno, e sim repassar imponência e austeridade à candidatura", segundo afirma a embaixadora da L'Oreal no Brasil, Jô Nascimento.

Marina diz ser alérgica a maquiagem e que, por isso, aplica poucos produtos no rosto. Nos últimos dias optou por base, rímel e um batom claro, de beterraba. Também contratou uma maquiadora particular, profissional que dispensava no passado.

"Ela agora esconde as manchas e os sinais da idade. As sobrancelhas estão mais cuidadas, menos espessas que as de anos atrás. A tintura no cabelo foi bem pensada, pois transmite jovialidade", diz Jô Nascimento.

As roupas de Marina, menos estampadas que as de quando disputava a Presidência pelo Partido Verde, em 2010, seriam reflexo de uma busca por neutralidade, segundo o estilista e doutor em moda Mario Queiroz.

"Quando se usa estampas demais, a imagem é comprometida, você se posiciona sobre alguma ideia. O branco transmite a ideia de alguém pacífico, já o preto [que a Marina às vezes combina em ternos de alfaiataria] passa a mensagem de severidade", explica Queiroz.

Ao preferir usar ternos claros em vez de saias, Marina estaria querendo, segundo o estilista Ricardo Almeida -que cortou ternos para Campos e assina parte do guarda-roupa de Aécio Neves (PSDB)- passar a imagem de executiva com um "ar mais leve, sereno".


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