Folha de S. Paulo


Skaf rebate Alckmin e diz que tucano 'esconde' seu passado no PMDB

Em embates cada vez mais diretos, as campanhas dos dois candidatos ao governo de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas de intenções de voto, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o peemedebista Paulo Skaf, trocaram ataques no programa eleitoral de rádio desta segunda-feira (1º).

Enquanto o programa tucano diz que "o PMDB de Skaf" entregou São Paulo quebrado quando deixou o governo do Estado, em 1994, a peça de Skaf afirma que Alckmin "esconde sua origem" de filiado ao PMDB e cita o senador e candidato a vice-presidente Aloysio Nunes (PSDB), vice do então governador peemedebista Luiz Antônio Fleury Filho.

As estratégias das equipes de marketing concorrentes, no entanto, divergem: enquanto Alckmin não se expõe e deixa que as acusações sejam feitas pelos narradores do programa, Skaf toma a frente dos ataques.

A propaganda tucana desta segunda começou com afirmações de que São Paulo é o "Estado que mais cresce" do Brasil e que tem o "maior nível de investimento da sua história". Um locutor diz que está sobrevoando o Estado de helicóptero e vendo de cima "estradas maravilhosas" e "algumas estações de metrô" que "serão inauguradas ainda este ano". Ele diz que o Estado tem "crescimento recorde do transporte sobre trilhos".

As afirmações tentam rebater as críticas de que o governador não entregou a quantidade de linhas de metrô prometidas no início da gestão. Em seguida, começam as acusações.

"E pensar que um dia esse Estado tão forte e tão desenvolvido quebrou", diz um narrador. Outra voz completa: "foi o que aconteceu quando o PMDB de Skaf governou o Estado", citando "23 obras de hospitais paradas", "obras superfaturadas" e "falta de dinheiro até para gasolina de viatura". A publicidade tucana diz que Fleury, governador à época, é "coordenador de Skaf" e questiona: "O que uma pessoa sem experiência de governo como Skaf, pode aprender com Fleury?".

Já a propaganda de Paulo Skaf abre com uma declaração do próprio candidato. Ele afirma que o governador fez "acusação pesada e injusta" e que ele "não gosta de levar desaforo para casa, mesmo que seja do governador".

O candidato nega que Fleury seja seu "chefe". "Todos os partidos que me apoiam sabem que quem vai mandar no meu governo serei eu", afirma Skaf, completando que o vice-governador de Fleury era "o Aloysio Nunes, seu grande amigo hoje, senador e candidato a vice presidente pelo PSDB".

Skaf também diz que "há dois meses" Alckmin "elogiava o [Gilberto] Kassab [PSD] querendo que ele fosse seu [candidato a] vice-governador". Após negociação, Kassab, ex-prefeito de São Paulo, optou por concorrer ao Senado na chapa de Skaf. A campanha de Alckmin chegou a criticar na televisão o apoio tanto de Kassab quanto do deputado Paulo Maluf (PP) ao PMDB, mas retirou as inserções do ar a pedido do governador.

A publicidade encerra lembrando que Alckmin foi deputado estadual, federal e prefeito de Pindamonhangaba (SP) pelo PMDB.

O candidato do PT, Alexandre Padilha, priorizou a discussão sobre educação em seu programa. O petista disse que irá acabar com a progressão continuada –sistema de ensino que dispensa reprovação–nas escolas estaduais e faz críticas ao governo do Estado.

Ele diz que "é uma vergonha que o governo de São Paulo não se mexa" para melhorar a posição do Estado no Pisa (programa internacional de avaliação de alunos" e que "ninguém pode tratar a educação com desleixo e irresponsabilidade". Na última pesquisa Datafolha, Alckmin aparece com 55% das intenções de voto, Skaf com 16% e Padilha, 5%.


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