Recém-escolhido vice-candidato na chapa agora encabeçada por Marina Silva, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) teve seu nome trocado no evento que apresentou os dois ao público do Recife.
Os dois participaram de uma caminhada na manhã deste sábado (23) que marcou a estreia de ambos em campanha nas ruas da capital pernambucana, terra do ex-governador Eduardo Campos (1965-2014).
Marina era candidata a vice do PSB e assumiu o lugar de Campos após a morte do então candidato a presidente pelo PSB em acidente aéreo no último dia 13.
Durante a caminhada deste sábado, os políticos fizeram discursos no bairro de Casa Amarela, zona norte do Recife. Lá, ao anunciar a chapa Marina-Beto, o locutor do evento chamou o candidato a vice de "Alberto Albuquerque". Beto chama-se, na verdade, Luiz Roberto Albuquerque.
| Percio Campos/Efe | ||
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| Marina Silva, ao lado de seu vice, Beto Albuquerque, cumprimenta eleitores no Recife (PE) |
Natural de Passo Fundo (RS), Beto ainda é pouco conhecido no país. Na caminhada no Recife, uma moradora local achou que ele fosse pernambucano.
"Mas ele atua em outro Estado. É do PSL, o mesmo partido [de Marina]", disse a cabeleireira Nicole Ribeiro, 48, após ser questionada pela reportagem.
Ligado ao agronegócio, Albuquerque está na chapa para tentar reduzir a rejeição do setor a Marina, que falou sobre o assunto no Recife.
"[A agricultura] Pode ser vigorosa, aumentando a produção por ganho de produtividade, e não com expansão predatória da fronteira agrícola."
A CAMINHADA
Marina Silva fez neste sábado sua primeira caminhada como candidata a presidente da República no lugar de Eduardo Campos.
Sob sol forte e um calor de 28º C, Marina caminhou durante uma hora em ruas com esgoto exposto e calçadas ocupadas com bandeiras, entulhos e carros no bairro pobre de Casa Amarela.
De tênis, ela andou acompanhada de Beto Albuquerque, do governador João Lyra Neto (PSB-PE), do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e de Paulo Câmara (PSB-PE) e Fernando Bezerra (PSB-PE), respectivamente candidatos a governador e senador.
Um boneco gigante da candidata à Presidência e o de um candidato a deputado federal acompanharam o cortejo seguido por militantes com bandeirões.
Um carro de som seguia na frente apresentando os gritos de guerra que deveriam ser feitos durante a passagem da candidata. A juventude do PSB local também apresentava os gritos como "Agora vai seguir em frente. Marina presidente", e "Um, dois, três, quatro, cinco, 1.000. Queremos Marina presidente do Brasil".
VISITAS
Nos primeiros 20 minutos de caminhada, ela estava cercada de assessores, seguranças, fotógrafos e cinegrafistas. Apenas quem conseguia passar pelo cordão de isolamento chegava perto da candidata.
Depois, Marina e os demais candidatos começaram a visitar algumas casas. A primeira foi a da funcionária pública aposentada Maria Madalena de Souza, 80.
Uma dupla de violeiros a serviço de candidatos a deputado estadual se apresentou para Marina no meio da rua cantando uma música em homenagem a Campos.
"Está formada a corrente. Eduardo é com a gente. Não vamos desistir de Pernambuco e do Brasil", cantou a dupla em alusão a uma frase que vinha sendo dita reiteradas vezes por Campos.