Folha de S. Paulo


Ainda sem coordenador, PSB do Rio tentar dar nova largada à campanha

Um dos palanques problemáticos para Marina Silva, o PSB no Estado do Rio tenta se reorganizar para uma arrancada na campanha.

No Rio, Eduardo Campos havia costurado uma coligação que incluía apoio ao candidato a governador do PT, Lindbergh Farias, para garantir tempo de TV ao deputado federal Romário (PSB), que disputa uma vaga no Senado.

Campos e Lindbergh não chegaram a dividir nenhum ato de campanha, mas havia expectativa de que, em algum momento, esse encontro aconteceria. Com Marina, a chance é zero: ela tem reafirmado que não subirá em palanques nem do PT nem do PSDB.

Neste sábado (23), às 9h30, o PSB fluminense vai realizar um encontro no Centro do Rio para mobilizar a militância e fazer as últimas homenagens a Campos.

Marina deverá viajar ao Rio pela primeira vez como candidata na quarta-feira (27), para participar de entrevista ao "Jornal Nacional". Ainda não há uma agenda com outras atividades no Estado. Marina sequer tem um coordenador de campanha local. Em 2010, a ex-senadora fez 2,6 milhões de votos no Rio (31,5%) e ficou em segundo lugar na disputa presidencial no Estado.

O prefeito de Petrópolis (RJ), Rubens Bomtempo (PSB), era o coordenador de Campos, mas não sabe se seguirá na função. "Não sei. Sou soldado do partido, se precisarem de mim mais à frente, fico mais à frente. Se não, trabalho do mesmo jeito", afirma Bomtempo.

Reproduzir a favor de Marina o mesmo empenho que existia em prol de Campos no Rio é o desafio. Os socialistas avaliam que o período de campanha ficou muito curto com a troca de candidato, e as conversas com os integrantes da Rede ainda não evoluíram o suficiente para garantir um bom reinício de campanha.

"Temos recebido demonstrações claras de entrosamento com a Rede no Estado do Rio", avalia o presidente do PSB no Estado, deputado federal Glauber Braga.

Mas o partido está apreensivo com a falta de definições para a disputa eleitoral. A Frente Popular, que além dos socialistas e do PT conta com PV e PCdoB no apoio a Lindbergh, também expõe algumas fissuras –especialmente entre os petistas, que avaliam que a propaganda de candidatos do PSB "esconde" a coligação com Lindbergh.

O candidato do PT tem dito que está satisfeito com o suporte dos socialistas do Rio. Lindbergh ainda não teve nenhuma atividade de campanha com Dilma e já sabe que também não estará ao lado de Marina.

"Esta questão (da campanha com Marina) não foi colocada, estou muito feliz com o pessoal do PSB. Vamos construir uma grande aliança que nos dá um tempo de TV importante. O Eduardo (Campos) desde o início apostou nesse entendimento porque achava que era um novo caminho na política do Rio. A relação com a Marina está resolvida", disse o petista.

No encontro de sábado, um líder do PSB fluminense deverá estar ausente: é Romário, que marcou atividade de campanha em Realengo, na zona oeste, para o mesmo horário do encontro.


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