Folha de S. Paulo


Filiado por Campos, presidente do Atlético-MG desiste de candidatura

Puxador de votos para a bancada de deputados federais do PSB de Minas Gerais, o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, renunciou à candidatura nesta quinta-feira (21), oito dias após o acidente que matou o então presidente nacional do partido e candidato ao Planalto, Eduardo Campos.

Kalil não vinculou sua desistência à morte de Campos, mas afirmou que o ex-governador e o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), eram os únicos interesses que ele tinha no partido.

"Quero deixar meu agradecimento ao prefeito Márcio Lacerda e ao Eduardo Campos, que veio me filiar. Fiquei muito abalado com a morte dele. [...] Nada neste partido me interessa. O que me interessava caiu de avião. Nem piso no partido", afirmou Kalil.

Bruno Cantini-14.jul.13/Divulgação
O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, que desistiu de disputar uma vaga de deputado federal pelo PSB
O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, que desistiu de disputar uma vaga de deputado pelo PSB

Ele convocou entrevista para anunciar sua desistência e se disse "muito feliz". "Me dá um alivio muito grande, tranquiliza. Me dá leveza no coração. Não nasci para ser político, nasci para ser presidente do Atlético."

Ele disse que sua saída não tem relação com o fato de Marina Silva ter assumido a candidatura do PSB nem influência de Aécio Neves, candidato do PSDB ao Planalto, de quem é amigo.

A única pessoa a quem Kalil disse ter dado explicações sobre a desistência foi ao ex-governador Antonio Anastasia, candidato ao Senado pelo PSDB. A decisão, afirmou, foi tomada com seus filhos.

"Eles têm orgulho de serem filhos do presidente do Atlético, mas não do deputado federal", afirmou.

A insatisfação de Kalil com o PSB mineiro era explícita. Ele já não apoiava a candidatura de Tarcísio Delgado ao governo estadual.

Isso vem desde que o partido decidiu lançar candidato próprio no Estado, desfazendo o acordo verbal que tinha de apoiar o PSDB.

A renúncia de Kalil frustra o PSB mineiro, que contava com o atleticano para ajudar a eleger, com a possível votação que teria, mais dois deputados.


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