Folha de S. Paulo


Em propaganda, Campos é lembrado como amigo de Aécio e 'filho' de Lula

Na estreia do horário eleitoral na TV, nesta terça-feira (19), os programas dos principais concorrentes ao Palácio do Planalto mencionaram o nome de Eduardo Campos, presidenciável morto em um acidente aéreo na semana passada. O tom das falas foi de respeito ao ex-governador de Pernambuco.

Como a Folha antecipou, o programa eleitoral do PSB (Partido Socialista Brasileiro) foi totalmente dedicado a Campos, que seria o candidato da legenda. A peça traz diversas imagens de Campos em visitas a fábricas, hospitais e em comícios. São usados vídeos da campanha e de arquivo.

Sua então vice na chapa, Marina Silva, que deve assumir a candidatura do partido na quarta-feira (20), aparece ao lado do presidenciável em diversos momentos, mas não é citada nominalmente. O ex-governador narra a propaganda, que não usa vozes de locutores ou de outros políticos.

Com trilha sonora da música "Anunciação", do pernambucano Alceu Valença, o programa reforça a frase que Campos disse no fim da sua entrevista ao "Jornal Nacional" na noite anterior ao acidente que o matou.

"Não vamos desistir do Brasil, é aqui que vamos criar nossos filhos e uma sociedade mais justa", diz o pernambucano. A peça se encerra com um abraço de Campos em Marina e uma homenagem às outras seis vítimas da queda do avião.

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DILMA

Aos poucos, o narrador começa a apresentar a primeira colocada nas pesquisas, a presidente Dilma Rousseff, como alguém que "acorda cedo" e "aproveita qualquer tempinho que resta" para fazer o que gosta.

Nas primeiras imagens, Dilma aparece em vários ambientes do Palácio do Planalto, como a biblioteca e a cozinha -um de seus hobbies, segundo o spot, é cozinhar. Mais à frente, a presidente é mostrada em meio a eleitores.

Dilma deixou para o seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Lula, a tarefa de falar do ex-governador pernambucano, que deixou mulher e cinco filhos. Campos foi ministro de Lula, na pasta de Ciência e Tecnologia.

Segundo Lula, ele e Campos tinham "afeto de pai e filho" e defende que ambos tinham visão convergente em diversos assuntos. "Sua luta sempre foi e, continuará sendo, a nossa luta. E suas últimas palavras precisam ser incorporadas pelo povo brasileiro. Nunca, jamais desistir do Brasil. É assim, querido Eduardo, que vamos guardar sua memória para sempre", afirmou o ex-presidente.

O ex-presidente também fez menção a frase que Campos disse no "Jornal Nacional" um dia antes de sua morte: "Não vamos desistir do Brasil". No horário eleitoral do PSDB, o candidato Aécio Neves abriu o programa falando de Campos, de quem ele chamou de amigo.

AÉCIO

O tucano ressaltou a amizade de 30 anos com o pessebista –quando conheceu Campos caminhando ao lado do avô, Miguel Arraes, enquanto estava secretariando Tancredo Neves. No texto, ele disse que "a melhor forma de homenagear" Campos é colocando em prática as ideias que ambos tinham em comum.

"Amigos, essa campanha se inicia marcada por um sentimento de enorme tristeza, após a tragédia que levou a vida do Eduardo e de seis de seus companheiros. Tudo fica pequeno demais quando nos confrontamos com algo tão inesperado. Eduardo e eu nos conhecemos há 30 anos na campanha das Diretas. Eu acompanhando meu avô, Tancredo Neves, e Eduardo seu Miguel Arraes, já na luta para o Brasil mudar. Construímos ao longo dos anos uma relação de amizade e respeito. E, mesmo em partidos diferentes, tínhamos sonhos parecidos. Colocar em prática as ideias e os ideais que tínhamos em comum será a melhor forma de celebrar a vida do grande governador, do pai, do marido, do amigo, do brasileiro Eduardo Campos".

As mesmas homenagens vistas na TV também estiveram presentes nos programas de rádio do PSB, do PT e do PSDB.


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