Folha de S. Paulo


Marina Silva afirmou que vai manter 'compromissos' que tinha com Campos

Durante voo ao Recife, a ex-senadora Marina Silva, que era vice na chapa de Eduardo Campos (PSB), afirmou que a morte do candidato a presidente da República impõe a ela "responsabilidade" e que pretende manter os compromissos que definiu com o aliado.

Marina viajou neste sábado (16) para acompanhar o velório e o enterro de Campos, morto na última quarta (13) em decorrência de um acidente aéreo.

As afirmações foram feitas aos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", que acompanharam a ex-senadora em seu voo de São Paulo a Recife.

"Sinto o senso de responsabilidade e compromisso que a perda de Eduardo impõe", afirmou, segundo o "Estado".

"Penso que existe uma providência divina em relação a mim, ao Miguel [filho mais novo de Campos], a Renata [viúva do candidato] e ao Molina [sobrinho e assessor]", disse Marina ao "O Globo".

Na viagem, que durou aproximadamente três horas, Marina, que deve ser anunciada como a nova candidata à Presidência pelo PSB na próxima quarta-feira (20), leu trechos da Bíblia, como o Salmo 23, que traz os dizeres "o Senhor é meu pastor e nada me faltará".

CANDIDATA

O PSB superou as divergências internas e selou acordo para lançar Marina Silva à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos. Ela concordou com a inversão da chapa. O novo presidente da sigla, Roberto Amaral, prometeu a Marina que ela não precisará permanecer no partido caso seja eleita.

O PSB agora discutirá a indicação do novo vice na chapa presidencial. O deputado gaúcho Beto Albuquerque, hoje candidato ao Senado, é o mais cotado para a vaga.

Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

ACIDENTE

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.


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