Folha de S. Paulo


Admiradores fazem peregrinação em frente à casa de Campos no Recife

Além de políticos e amigos, admiradores do ex-governador Eduardo Campos (PSB) começaram a fazer peregrinação à casa da viúva Renata nesta sexta-feira (15), no Recife (PE).

Campos e outras seis pessoas –quatro assessores dele e os dois pilotos– morreram num acidente aéreo na última quarta-feira (13). O avião em que estavam caiu em Santos, litoral sul paulista.

A líder comunitária Iranete Correia de Amorim, 57, do Córrego do Jenipapo, bairro pobre na zona norte do Recife, veio acompanhada de outros cinco moradores entregar uma carta de solidariedade a Renata e aos cinco filhos do casal.

"Não temos palavras para expressar nossa tristeza com a perda da vida aqui na terra do nosso amigo e ex-governador, Eduardo Campos [...] E agora? Não posso nem pensar como ficará nosso Estado sem a força e a coragem do nosso amigo e destemido imortal, Eduardo Campos", diz a carta.

Iranete, chamada por Campos de Netinha, afirmou que se filiou ao PSB por influência do avô de Campos, o ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). "[Campos] Sempre chamei ele de Dudu", disse emocionada a líder comunitária.

"Ele recebeu toda orientação e seriedade de um governador como o doutor Arraes", disse. A carta dos moradores foi entregue a um funcionário da casa.

Uma outra líder comunitária que não se identificou abraçou emocionada o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). Outra mulher trouxe um vaso com uma flor para Renata.

Dezenas de telegramas chegam a todo instante desde a tarde de quinta-feira (14).

Editoria de Arte/Folhapress

ACIDENTE

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta-feira na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.


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