Folha de S. Paulo


Aécio diz à coordenação de campanha que vai gravar homenagem a Campos

O senador Aécio Neves (MG), candidato do PSDB à Presidência da República, avisou aliados e integrantes da coordenação de sua campanha que vai gravar uma homenagem a Eduardo Campos (PSB-PE) para exibir em seu primeiro programa da propaganda eleitoral gratuita.

Segundo pessoas ligadas à campanha do tucano, ele decidiu prestar o tributo a Campos no fim da noite desta quarta-feira (13), horas depois da confirmação da morte do pernambucano em um acidente aéreo.

Fabio Braga/Folhapress
Aécio Neves em coletiva de imprensa sobre a morte de Eduardo Campos
Aécio Neves em coletiva de imprensa sobre a morte de Eduardo Campos

Adversários nessas eleições, Aécio e Campos tinham uma relação pessoal. Se conheciam há mais de 20 anos e se tratavam como amigos. Nos últimos meses, com a aproximação da campanha oficial, se afastaram, mas não deixaram de ter uma relação pessoal cordial.

Após receber a notícia do falecimento de Campos, Aécio decidiu se recolher. Ele cancelou sua agenda de campanha, fez um pronunciamento oficial em São Paulo na noite desta quarta e, depois, viajou para o Rio de Janeiro, onde dormiu com a família.

Ainda na capital paulista, depois de fazer sua fala à imprensa, o senador disse a um grupo de pessoas em seu comitê que a morte de Eduardo o havia abalado "como poucas coisas na vida". "Eu quero ir para casa, rever minha mulher, meus filhos. Nesses momentos a gente repensa tudo, olha para as coisas que realmente têm valor".

Embora seu entorno esteja se movimentando, Aécio tem evitado falar sobre política. Ele passou esta quinta-feira no Rio de Janeiro, sem assessores.

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ACIDENTE

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu nesta quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite desta quarta-feira (13) na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.


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