Folha de S. Paulo


PSDB vê 'crime eleitoral' em foto de Dilma e Alckmin em ponto de ônibus

Em alguns pontos de ônibus da cidade de São Paulo, foram instalados painéis retratando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT). Eles aparecem juntos com a inscrição: "A espera acabou. Até o final de 2014 a extensão do metrô vai dobrar."

A peça publicitária destaca parceria do tucano com a petista para ampliação das linhas de metrô da capital paulista. A imagem também foi distribuída em folhetos nas estações de metrô da capital paulista. PSDB e PT negaram autoria do material.

A empresa responsável pelos painéis registrou ocorrência e pediu que o incidente seja investigado.

A campanha do PSDB afirma que há "crime eleitoral" na vinculação da imagem do governador Geraldo Alckmin com a da presidente Dilma Rousseff (PT).

A peça simula propaganda oficial, trazendo os símbolos do governo federal e do governo do Estado. A Constituição veda o uso de imagem do governante em propaganda oficial.

De acordo com a campanha tucana, a empresa que gerencia a publicidade nos pontos de ônibus da cidade informou que o material foi inserido à sua revelia. Ela classificou ainda a publicidade como um crime contra tanto à candidatura do tucano quanto a da petista.

O presidente do PSDB de SP, Duarte Nogueira, afirmou que a propaganda parece um "terrorismo eleitoral" e não descartou a hipótese de o partido ingressar com uma ação judicial contra a publicidade. O PSDB disse que divulgará ainda esta quarta uma nota oficial em repúdio à publicidade.

"Isso foi feito à revelia do partido e estamos tomando todas as medidas necessários para descobrir que foi o responsável", disse. Os nossos advogados "tomarão todas as medidas necessárias para que isso não fique impune".

Coordenador da campanha de Dilma em São Paulo, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, disse que ficou surpreso e que desconhecia totalmente esse material. O PT vai encaminhar o material para a assessoria jurídica analisar e entrar com medida judicial para apurar o caso.

Gustavo Uribe/Folhapress
Alckmin e Dilma aparecem juntos em publicidade sobre o metrô de SP
Alckmin e Dilma aparecem juntos em publicidade sobre o metrô de SP

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Alckmin é favorito para a eleição de outubro. Segundo pesquisa Datafolha de julho, Alckmin tem 54% das intenções de voto na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes e conseguiria se reeleger já no primeiro turno.

Em segundo lugar, com menos de um terço das intenções de voto do tucano, aparece o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), que alcança 16%. O candidato do PT, Alexandre Padilha, tem 4%. Os demais nomes inscritos na disputa somam outros 4%.

Em relação à corrida presidencial, Dilma lidera as intenções de voto, com 36%, seguida por Aécio Neves (PSDB), que tem 20%, e Eduardo Campos, com 8%, aponta pesquisa Datafolha.

De acordo com o instituto, a presidente Dilma conseguiria se reeleger já no primeiro turno. Contudo, a petista enfrenta dificuldades em São Paulo. Se considerados os números apenas do Estado de São Paulo, que concentra 22% dos eleitores, 47% dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Na capital, esse índice sobre para 49%.

A Folha procurou o Palácio do Planalto, que ainda não se manifestou.

Responsável pela instalação dos novos abrigos de ônibus, a empresa Otima afirmou à Folha que " foi surpreendida com a violação de seus painéis publicitários na madrugada".

A empresa afirmou que houve uma "ação criminosa" e informou ainda que registrou uma ocorrência policial "para apuração de responsabilidades, notificou a Justiça Eleitoral e tomará as medidas cabíveis e necessárias. Os materiais estão sendo retirados dos painéis".


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