O ex-presidente Lula lançou nesta terça-feira (12) um site com informações sobre as ações da gestão petista no governo federal e fez um discurso focado em críticas à imprensa, acompanhado da presidente Dilma Rousseff.
Lula afirmou que o site era um "exemplo de competição" com "setores da imprensa que, quando comunicam [sobre a gestão petista], comunicam da forma inversa ao que é a verdade".
Lula citou um trabalho de análise do noticiário feito por um instituto de pesquisa da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o "Manchetômetro", que afirma que Dilma teve uma hora e 22 minutos de noticiário desfavorável no "Jornal Nacional" e cerca de três minutos de noticiário favorável, durante todo o ano de 2014.
"Hoje eu fico pensando que eles [os veículos de comunicação] me tratavam bem, se comparado ao tratamento que eles dão à nossa presidente", afirmou. Lula ainda citou um texto que dizia que o "Jornal Nacional" é usado como "instrumento de oposição ao governo".
O site "O Brasil da Mudança", concebido pelo ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins, será mantido pelo Instituto Lula e contém dados e informações sobre os programas do governo petista.
"Não se trata de exigir que se fale bem da Tereza [Campello], da Marta [Suplicy], do [Aloizio] Mercadante, a gente só quer que as pessoas sejam pelo menos honestas no tratamento da cobertura", disse Lula.
A presidente Dilma também elogiou a iniciativa, porém foi mais comedida nas críticas à imprensa. "Esse site vai ajudar a gente a disseminar informações, levar nossos resultados à população, enfrentar o derrotismo e o pessimismo, que levou uma parte expressiva dos órgãos de imprensa a dizer que a Copa não ia ocorrer nas condições que ocorreu", afirmou.
"Nós hoje aqui estamos discutindo justamente uma forma de debate político, de fazer político, que usa a verdade como instrumento privilegiado. Estamos falando de divulgar informações, informações essenciais para que se faça no Brasil uma boa política", disse Dilma.
Apesar do tom de campanha, o evento, marcado para as 17h, foi acompanhado por diversos ministros do governo Dilma, como o da Saúde Arthur Chioro e o de Minas e Energia Edison Lobão, e divulgado pelo Palácio do Planalto como uma agenda presidencial.
Lula também fez críticas ao governo de Fernando Henrique Cardoso. "Desafio se alguém lembra de uma obra de infraestrutura do governo FHC. Qual era a obra de infraestrutura antes de a gente chegar no governo? A gente tem dificuldade de lembrar", afirmou o ex-presidente.