Folha de S. Paulo


Em vídeo, Greenpeace satiriza Dilma, Aécio e Marina por debate ambiental

Eduardo dos Campos e Marina da Selva vivem um "casamento sem sexo" em que ele a manda cuidar "só do meu quintal" e esquecer o meio ambiente.

Apoiada por Lola, Dilma Ruchefa quer se reeleger porque "seu popô tá bem quentinho" na sua cadeira do Planalto.

Aécio das Neves "é um mineirinho 'pegadô'" e "quer viver vida de rico à custa do eleitor".

Em forma de bonecos, esses personagens estrelam a série "Camarim dos Candidatos", que começou a ser veiculada nesta segunda-feira (11) na internet pela ONG ambiental Greenpeace.

Veja vídeo

"A gente está subindo o tom para cobrar respostas", afirma o porta-voz do Greenpeace Marcio Astrini. "É uma sátira dos candidatos mostrando que ele dificilmente assumem um compromisso claro com a questão ambiental."

Astrini explica que o vídeo desta semana é apenas o primeiro de 15 episódios. A ideia é divulgar um por semana. A proposta é que os candidatos, representados por bonecos, "debatam" seis temas: mobilidade urbana, energias renováveis, desmatamento, extração ilegal de madeira, agronegócio e clima.

A ideia original e a direção do projeto são do diretor e roteirista de cinema, TV e publicidade Tadeu Jungle, enquanto os bonecos foram confeccionados pelo artista plástico Fernando Gomes, ex-gerente de conteúdo infantil da TV Cultura.

No vídeo de cerca de 5 min, chama a atenção o tempo dedicado a Marina Silva. Historicamente ligada à questão ambiental, é o único candidato a vice-presidente parodiado. Ali, é chamada de "crente" e aparece resignada a seguir Eduardo Campos (PSB).

Segundo o representante do Greenpeace, Marina entrou porque é uma "protagonista eleitoral" no mesmo nível dos candidatos a presidente. "A gente não cobra mais ou menos dela."

O tucano Aécio Neves também recebeu tratamento duro. Em sua versão parodiada, canta: "De dia vou pro 'barzim', de noite vou pra balada/ De dia abraço a família, de noite, as namoradas/ Happy hour com assessor, festa, rave, bacanal/Como é dura essa vida de campanha eleitoral".

A candidata petista à reeleição, Dilma Rousseff, foi a menos ironizada: "Já fui muito torturada/Já levei muita porrada/Fui até da luta armada/Agora quero ser amada", canta seu avatar.

A iniciativa provocou o envio de críticas de duas das três candidaturas parodiadas, segundo Astrini – ele não revelou quais. Nas respostas, explica, ele incluiu as reclamações de uma campanha para a outra, como demonstração de que o Greenpeace é apartidário.

Procuradas pela Folha, nenhuma das três campanhas presidenciais confirmou o envio de reclamação ou quis comentar o vídeo do Greenpeace.


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