As menções em redes sociais aos três principais candidatos ao Planalto vêm aumentando desde o início do ano, mas a presidente Dilma Rousseff (PT) ainda lidera o ranking com folga -ela possui mais que o dobro da soma de seus concorrentes.
Em julho, Dilma foi mencionada 1,19 milhão de vezes no Facebook, no Twitter e no Instagram -aumento de 13% em comparação a junho.
O senador e candidato Aécio Neves (PSDB) registrou 360 mil referências nos mesmos sites, 88% a mais que no mês anterior. Já o candidato do PSB, Eduardo Campos, teve o nome citado 130 mil vezes, 165% a mais que em junho. Os números estão em relatório feito pela empresa de monitoramento de redes sociais R18 a pedido da Folha.
Porém tanto os números brutos como as porcentagens de aumento não significam, necessariamente, que o apoio tenha crescido na mesma proporção. Isso porque boa parte das menções possuem viés negativo.
O principal motivo de Dilma ter seu nome citado mais que seus adversários é pelo fato de ocupar a Presidência. Em julho, os picos de menções à presidente foram relacionados à Copa do Mundo. Em 9 de julho, dia seguinte à eliminação da seleção brasileira após goleada por 7 a 1 contra a alemã, Dilma atingiu o pico mensal de citações em julho: mais de 65 mil.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
No geral, os maiores picos de alusões ocorrem quando os candidatos são alvos de notícias negativas na mídia. Ao passo que um evento negativo fez com que crescessem as menções a Dilma, o mesmo ocorreu com Aécio.
O pico de citações ao tucano está ligado à revelação feita pela Folha de que um aeródromo foi construído em terreno desapropriado em Cláudio (MG) que pertencia a um parente do senador, a 6 km de uma fazenda da família, quando Aécio era governador de Minas.
Em 23 de julho, Aécio foi citado mais de 23 mil vezes nas três redes sociais -quando também o site oficial de sua campanha foi hackeado pelo grupo Anonymous com referências à pista de pouso.
O caso do PSDB ilustra como os pontos mais relevantes pelos quais os presidenciáveis são criticados na internet advêm de notícias publicadas na imprensa.
As menções negativas a Dilma são relacionadas principalmente a casos de corrupção como o do mensalão, a problemas na Petrobras (sobretudo ligados à compra da refinaria de Pasadena, EUA), e ao crescimento da inflação.
Para Aécio, os pontos sensíveis são, além do aeródromo, acusações de consumo de drogas e censura à imprensa quando era governador.
Campos é criticado principalmente pela foto que publicou no Facebook em maio dentro de um jatinho durante a greve da PM em Pernambuco, que gerou transtornos, e pela Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem de dinheiro -em julho, o candidato foi intimado a prestar depoimento como testemunha de defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
CAMPANHAS
Questionada sobre atuação na web, a campanha de Dilma disse que o foco é "a produção de conteúdos específicos para desmontar boatos e mentiras sobre a presidente e o PT nas redes sociais".
A campanha de Aécio informou que o monitoramento é tratado como questão interna e não são divulgadas informações específicas, como as pedidas pela reportagem.
A equipe de Campos na internet é chefiada por Caio Túlio Costa, que desempenhou a função para Marina Silva em 2010. Em nota, a campanha disse que todos os comentários são respondidos, "exceto ataques e ofensas".