Folha de S. Paulo


Inauguração de templo da Igreja Universal reuniu petistas e tucanos

Com a presença de autoridades, como a presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a Igreja Universal do Reino de Deus inaugurou na noite desta quinta (31) sua nova sede em São Paulo, batizada de Templo de Salomão.
A edificação, construída no Brás –região central da capital paulista– é capaz de receber até 10 mil pessoas sentadas e, segundo a igreja, custou R$ 680 milhões.

A cerimônia foi uma demonstração de poder do bispo e empresário Edir Macedo, fundador da igreja e dono da TV Record, que sentou ao lado da presidente Dilma.

Também estavam presentes o vice-presidente Michel Temer, os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, o prefeito Fernando Haddad e o ex-prefeito Gilberto Kassab.

O evento, que foi restrito a convidados, projetou na parede frontal do templo imagens que faziam referência ao Velho Testamento.

O entorno do templo foi cercado por fieis, que impediam a passagem de pedestres perto da entrada principal, gerando queixas de moradores (leia texto ao lado).

Em pregação, no púlpito da igreja, o bispo Edir Macedo disse que a nova sede da Universal está aberta para os fieis de todas as religiões.

"Se você se sente bem aqui neste lugar, saiba que Deus quer fazer essa beleza toda na sua vida", disse. Em um momento de oração, pediu a bênção ao povo que "está cansado com fracassos na saúde e na segurança".

Ao final de seu discurso, o bispo chegou a anunciar que conduziria a presidente até o lado de fora para um conferência. Um púlpito chegou a ser montado em frente aos jornalistas, mas Dilma e Macedo não apareceram.

Após a cerimônia, cerca de 200 convidados, incluindo políticos e líderes religiosos, participaram de uma recepção no salão do 10º andar do prédio principal, onde foram servidores quitutes e chás.

O Templo de Salomão –a casa de Deus, no judaísmo– tem 74 mil m² de área construída (3,2 vezes maior a Basílica de Aparecida) e altura equivalente a 18 andares.

A construção foi inaugurada sem a licença definitiva da prefeitura, que concedeu uma permissão especial de funcionamento para os primeiros seis meses.

Ocupando um quarteirão inteiro, o prédio é tratado como local sagrado pela Igreja Universal. Tem adornos e regras de comportamento interno inexistentes nos outros endereços da igreja no Brasil.

Para atrair fiéis de outras igrejas, a Universal decidiu não colocar sua inscrição na fachada. Também criou memorial com a história do templo original de Salomão, destruído em 586 a.C., e a própria trajetória.


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