Folha de S. Paulo


TCU admite rever decisão que culpou ex-diretores por Pasadena

O TCU (Tribunal de Contas da União) informou que está apurando se houve "equívoco" no relatório que culpou diretores da Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena. A decisão poderá resultar na inclusão de dois novos culpados pelo negócio –um deles é a presidente da empresa, Maria das Graças Foster.

O TCU, por meio da assessoria de imprensa, informou que, "se for constatado equívoco, será devidamente corrigido por meio de nova decisão a ser proferida pelo plenário".

Na semana passada, o TCU aprovou parecer do relator do caso, ministro José Jorge, que condena 11 executivos -alguns dos quais já fora da Petrobras- a pagar US$ 792 milhões como compensação pelos prejuízos causados com a compra da unidade e determinou bloqueio de seus bens.

Ildo Sauer, diretor de gás e energia da empresa entre 2003 e 2007, foi um dos considerados culpados pela compra dos 50% iniciais, em 2006, e pela decisão de não fechar acordo com os antigos sócios para comprar a segunda metade em 2009, estendendo uma briga judicial por três anos, o que aumentou as perdas em US$ 92,3 milhões.

Ele havia sido substituído por Maria das Graças Foster na diretoria de Gás em 2007. Cinco anos depois, ela assumiu a presidência da Petrobras. Apesar disso, não havia sido incluída no relatório final do TCU.
Sauer discorda da responsabilidade atribuída pela extensão da briga judicial, já que não estava mais na empresa.

O relatório divulgado na semana passada pelo TCU também não incluiu Jorge Zelada, que substituiu Nestor Cerveró em 2008 na diretoria internacional. Assim, Cerveró poderá ter sua penalidade revista, uma vez que, assim como Sauer, não participou dos desdobramentos do negócio.

Cerveró foi apontado por Dilma Rousseff, então presidente do conselho da empresa, como responsável pela omissão de cláusulas consideradas lesivas em documento que apresentava o negócio aos conselheiros e pedia-lhes aprovação.

O relatório do TCU da semana passada isentou os então nove conselheiros da Petrobras pela compra da refinaria.

A compra da refinaria de Pasadena custou US$ 1,25 bilhão à Petrobras, entre 2006 e 2012. Em 2005 e 2006, o grupo belga CNP, dono da Astra, informou, em relatórios, ter pago US$ 42,5 milhões para comprar a unidade.

A Petrobras informou apenas que confirma a saída dos dois diretores Cerveró e Sauer antes do início da disputa judicial com a Astra, em 2009.

Editoria de Arte/Folhapress

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