Folha de S. Paulo


Para editor do 'Guardian', jornais devem ser 'multidisciplinares'

Para acompanhar o desenvolvimento das mídias digitais, os jornais precisam usar formas dinâmicas de exposição da notícia em seus sites, mais ricas do que a mera reprodução de textos do papel.

Foi esse o pano de fundo da fala do novo editor-executivo de meios digitais do jornal britânico "The Guardian", Aron Pilhofer, na cerimônia de encerramento do 9º congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), neste sábado (26), em São Paulo.

Pilhofer, que já trabalhou no americano "New York Times", defendeu que as redações passem por uma reformulação, para facilitar sua adequação aos tempos atuais.

A "nova redação" passaria a ser multidisciplinar, com profissionais que pensam em análise de dados, design e aparência, não apenas na informação textual.

Segundo Pilhofer, diversos sites e jornais dos EUA e da Europa já avançam no sentido de mais inovação –incorporam vídeos, infográficos interativos e sons às notícias. Com isso, na visão do jornalista, as páginas ganham dinamismo, didatismo e informações mais bem contextualizadas.

LANÇAMENTO

De manhã, a professora da Universidade Columbia Anya Schffrin lançou o livro "Global Muckraking - 100 anos de Jornalismo Investigativo ao Redor do Mundo", com reportagens investigativas selecionadas e editadas por ela.

Marlene Bergamo/Folhapress
A jornalista e professora Anya Schiffrin, da Universidade Columbia, participa de congresso da Abraji
A jornalista e professora Anya Schiffrin, da Universidade Columbia, participa de congresso da Abraji

Para a autora, o jornalismo investigativo atual é de excelente qualidade. Uma diferença entre a produção de hoje e a mais antiga é que não costuma haver espaço para reportagens tão longas.

Ela ressalta que hoje as ferramentas de que o jornalista se serve para apurar são um ponto a favor, pois o acesso a dados é maior e a aproximação com as fontes é facilitada.


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