Folha de S. Paulo


Governo Dilma perdeu capacidade de gerar expectativas positivas, diz Aécio

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), disse na manhã deste sábado (26) que o governo Dilma Rousseff (PT) "perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas" no mercado econômico.

A fala foi uma resposta à reportagem da Folha, que mostrou que analistas econômicos de dentro e fora do país hoje apostam na vitória do tucano sobre a petista.

"Há uma coisa essencial em economia: expectativa. Esses avaliações mostram que o atual governo perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas, seja nos agentes internos, seja nos agentes externos", afirmou.

Aécio falou sobre o assunto após cumprir agenda São Paulo, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), seu principal cabo eleitoral no Estado. Os dois visitaram o Parque da Juventude, na capital, onde uma biblioteca e entidades de ensino técnico foram construídos no terreno que antes abrigava o Carandiru.

A caminhada pelo parque foi esvaziada pelo mau tempo –choveu durante o percurso– e Aécio alterou a agenda para poder acompanhar o governador a uma visita a obras sociais do padre Rosalvino, na zona leste. Ele é considerado uma das mais influentes lideranças católicas na capital.

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Em relação ao posicionamento do governo brasileiro sobre o conflito no Oriente Médio, o tucano afirmou que faltou um "brado mais claro" pedindo um cessar-fogo tanto das forças armadas de Israel quanto do braço armado da facção palestina Hamas.

Para Aécio, a nota divulgada pelo Itamaraty foi equivocada, porque teve "viés unilateral" ao condenar a ação militar de Israel na faixa de Gaza, que foi classificada como "desproporcional" pelo governo. A nota não fez nenhuma menção aos ataques do Hamas ao território israelense.

AEROPORTO

No fim da visita, Aécio voltou a despistar perguntas sobre o uso do aeródromo que construiu, quando governador, na cidade de Cláudio. "Sobre esse assunto já dei todos os esclarecimentos que julgava necessários. Se quiserem falar sobre o Brasil, estou aqui", disse.

Ao lado do senador mineiro, Alckmin recuou da declaração de que poderia fazer campanha para Eduardo Campos, candidato do PSB ao Planalto. O partido de Campos ocupa a vaga de vice na chapa do governador à reeleição. "Quem é do PSB vai apoiar o seu candidato, Eduardo Campos, e quem é do PSDB vai apoiar o Aécio Neves, que é o meu candidato a presidente", disse.

Na última quinta-feira, o governador afirmou que faria eventos de campanha com Campos se o PSB o convidasse. A declaração causou desconforto no círculo de Aécio, que teme dividir votos com Campos em SP.


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