Folha de S. Paulo


Presidente diz a petistas que vai dar prioridade a Padilha em SP

Pressionada pelo PT a se engajar na corrida eleitoral em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff avisou, na quarta-feira (23), a Alexandre Padilha, candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes, que irá priorizar sua campanha no Estado, e fechou uma agenda exclusiva ao lado de seu ex-ministro da Saúde para o início de agosto.

Em reunião em Brasília, auxiliares de Dilma e Padilha relataram que o ex-presidente Lula voltou a se empenhar na campanha de seu afilhado político e pediu o mesmo esforço da presidente.

Os três estarão juntos no próximo dia 9 em uma caminhada em Osasco, na Grande São Paulo, tradicional reduto eleitoral do PT.

O compromisso foi firmado dois dias depois que a campanha para a reeleição da presidente voltou a pressionar em São Paulo para formar um palanque duplo com Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo paulista.
Pesquisa Datafolha mostrou o petista com 4% das intenções de voto, diante de 16% de Skaf (PMDB) e de 54% do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A taxa de rejeição de Dilma no maior colégio eleitoral do país, 47%, também preocupa Lula e o PT.

Segundo a Folha apurou, Padilha disse a Dilma que não iria se opor ao fato de a presidente cumprir agenda ao lado de Skaf, mas ouviu da petista que sua campanha é "prioridade absoluta" para ela e o Planalto. Publicamente, Skaf tem dito que não terá Dilma em seu palanque.

Dilma ainda não havia participado de nenhum compromisso ao lado de Padilha –inclusive não foi ao lançamento de sua campanha, em junho, e irritou a cúpula do PT paulista.

Agora, a ideia é aumentar a exposição da presidente no Estado, tanto para tentar reduzir a rejeição de Dilma quanto para fazer Padilha subir nas pesquisas.

Para petistas, a resistência de Skaf em colar sua imagem à de Dilma é equivocada.

LULA

Nos últimos dias, Lula participou de uma caminhada no centro da capital paulista e de um evento com sindicalistas no Estado. Os movimentos sociais, segundo Lula, devem ser o alvo da campanha petista.

Na avaliação da cúpula do PT, os motivos que atrapalham a evolução de Padilha nas pesquisas vão desde a resistência do partido em São Paulo até a citação do nome do candidato na Operação Lava Jato, que investiga um esquema milionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas comandado pelo doleiro Alberto Youssef.

A suspeita de envolvimento do deputado estadual petista Luiz Moura com o PCC também atrapalhou o candidato, avaliam petistas.

Editoria de arte/Folhapress

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