O jornalista e colunista da Folha e de O Globo, Elio Gaspari, 70, foi o principal homenageado do 9º Congresso de Jornalismo Investigativo, organizado pela Abraji, na zona sul de São Paulo. Fato raro, Gaspari falou ao público na tarde desta quinta-feira (24) sobre sua carreira e sobre o fazer jornalismo nos dias atuais.
"O jornalista quando acha que sabe muito, como é o meu caso, ele faz besteira", disse.
Gaspari nasceu na Itália e veio aos cinco anos para o Brasil, na infância e adolescência morou no bairro boêmio da Lapa, no Rio Janeiro. O jornalista tem como uma de suas principais obras é uma série de livros que conta com detalhe com o regime militar no Brasil é respeitado inclusive entre os historiadores do período da Ditadura..
"Não uso gravador, porque nunca acredito que aquilo funciona", brincou durante sua fala. "Por isso gosto de anotar". Tanto para os livros, quanto para as suas colunas atuais, Gaspari trabalha com um meticuloso sistema de arquivamento das suas fontes de informações.
Antes da entrega do prêmio, houve a transmissão de um pequeno documentário feito em homenagem ao jornalista, no qual vários de seus amigos, como Ancelmo Gois, de "O Globo", comentam a importância dos textos de Gaspari.
O também amigo Zuenir Ventura leu um texto, no palco, sobre a vida e obra do homenageado, que estava acompanhado de sua mulher, a também jornalista Dorrit Harazim.
Gaspari começou sua carreira no jornal "Novos Rumos", editado pelo Partido Comunista. Também trabalhou na coluna de Ibrahim Sued em "O Globo" no início de sua carreira.
HOMENAGENS
O cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade, morto em serviço durante uma manifestação em fevereiro de 2014, no Rio de Janeiro, atingido por um explosivo, também foi homenageado no evento. Sua filha, a jornalista Vanessa Andrade, recebeu a homenagem pelo pai.
O economista, fundador e secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, foi premiado pela Abraji por "Contribuição ao Jornalismo".