Folha de S. Paulo


Mega-aliança faz PE ter eleição para deputado menos disputada do país

Berço político do ex-governador e candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), Pernambuco terá neste ano a eleição para deputado federal menos concorrida do país, com uma média de 6,8 candidatos por vaga.

O cenário é resultado de uma eleição centrada em apenas quatro coligações para a disputa proporcional.

Duas delas sustentam a candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo, que possui a maior coligação majoritária, com 21 partidos. As outras duas são de oposição.

A estratégia dos governistas foi montar uma chapa com muitos partidos e apenas os 50 nomes mais competitivos para concorrer às 25 cadeiras em disputa, o que reduziu o número de candidatos por partido.

Editoria de Arte/Folhapress

O DEM, por exemplo, sairá apenas com o ex-governador Mendonça Filho para deputado federal. O PMDB terá três candidatos, dentre eles o ex-governador Jarbas Vasconcelos. O PSB de Campos, por sua vez, disputará com 13 aspirantes à Câmara Federal.

Pela lei eleitoral, nas eleições para deputados federais, as coligações podem registrar até o dobro do número de vagas em disputa, independentemente da quantidade de partidos que a compõem.

Desta forma, quanto mais partidos tiverem as coligações, menos disputarão de forma isolada e menor será a concorrência. "Formamos uma grande coligação e temos o grupo unido. A baixa concorrência é natural", diz Sileno Guedes, presidente do PSB-PE.

O candidato oposicionista Armando Monteiro Neto (PTB) acusa o PSB de atrair muitos partidos e comandar a formação das chapas "com base na distribuição de cargos no governo".

FRACIONAMENTO

No Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do país, o cenário é oposto: será a eleição para deputado federal mais concorrida do país. Os candidatos a deputado federal fluminenses terão proporcionalmente quase quatro vezes mais concorrentes que os pernambucanos.

São 22 candidatos para cada uma das 46 vagas do RJ na Câmara dos Deputados. O acirramento pode ser explicado pelo alto número de candidaturas ao governo –sete no total, sendo quatro competitivas.

Além disso, há uma fragmentação da própria chapa governista, de Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tem o apoio de 18 partidos, distribuídos em seis coligações para deputado federal.

O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, diz que a divisão das chapas resulta de acordos feitos pelos partidos, que miram em segmentos distintos do eleitorado.

Na chapa de Pezão, há partidos que apoiam seis diferentes candidatos à Presidência, incluindo os favoritos Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

Ex-aliado do PMDB, o PT do Rio tem outra a visão: "Este fracionamento mostra que o grupo do governador perdeu força e teve que ceder nas composições para deputado", diz o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá.

Entre as disputas locais, o Distrito Federal é campeão em concorrência para a Câmara Legislativa. São 998 candidatos concorrendo a 24 cadeiras de deputado distrital, ou 44 por vaga. Já a menor concorrência para as Assembleias Legislativas será em Sergipe, com 7,2 candidatos por vaga.


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