Folha de S. Paulo


Sem imagem de Marina, Campos inaugura comitê 'Edualdo' em SP

O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, inaugurou nesta terça-feira (22) os primeiros três comitês de sua campanha no interior de São Paulo.

Imagens de Marina Silva, candidata a vice-presidente na chapa de Campos, ficaram de fora do material de campanha. O pessebista aparece em banners ao lado do governador do Estado e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), e do candidato a vice-governador e presidente estadual do PSB, Márcio França.

Marina foi forte opositora da aliança do PSB com o PSDB no Estado. Queria que o partido lançasse candidato a governador em São Paulo, mas foi voto vencido.

Divulgação
Material de campanha produzido pelo PSB paulista com Marina e Alckmin lado a lado
Material de campanha produzido pelo PSB paulista com Marina e Alckmin lado a lado

Peças publicitárias em que Marina aparece com Campos e Alckmin chegaram a ser confeccionadas, mas o PSB nega que integrarão material oficial da campanha em São Paulo.

Em Limeira, último dos comitês inaugurados por Campos nesta terça (mais cedo, esteve em Marília e Araçatuba), o candidato à Presidência minimizou a ausência de imagens de sua vice.

"Serão inauguradas várias casas Eduardo e Marina. Esse aqui é um dos 40 comitês da campanha estadual", afirmou Campos. "A Rede [grupo político de Marina] não apoia o candidato estadual aqui", completou, em referência a Alckmin.

"EDUALDO"

O candidato a vice-governador Márcio França confirmou que a imagem de Campos ao lado dele e de Alckmin será a imagem usada em todos os outros 37 comitês que ainda serão inaugurados no Estado.

Apesar de preterir Marina e privilegiar Alckmin nas peças publicitárias dos primeiros comitês de campanha do interior de São Paulo, Campos reafirmou que não é o candidato à Presidência do tucano.

"O Geraldo Alckmin tem um candidato a presidente da República", afirmou Campos, em referência a Aécio Neves, em Araçatuba (a 520 km da capital). "Quem vai me ajudar é o candidato a vice do Geraldo Alckmin [Márcio França], que é o presidente do meu partido. Esse sim vai nos ajudar, como toda a militância do PSB."

Segundo a última pesquisa Datafolha, o tucano lidera a disputa ao Palácio dos Bandeirantes com larga vantagem (54% das intenções de voto, contra 16% do peemedebista Paulo Skaf e 4% do petista Alexandre Padilha) e tem ainda mais eleitores no interior (58%, contra 49% na capital e região metropolitana).

A rejeição a Alckmin é a menor dos três candidatos (19%, contra 20% de Skaf e 26% de Padilha) e a avaliação de seu governo está em ascensão (46% o consideram ótimo ou bom, 37%, regular, e 14%, ruim ou péssimo).

ÁLCOOL E CANA DE AÇÚCAR

Na cidade, onde o setor sucroalcooleiro é muito forte, o pessebista aproveitou para criticar a política do governo federal para o etanol. "O governo atual frustrou totalmente o setor de etanol e da bioenergia. Ela [presidente Dilma Rousseff] afundou o setor do etanol como um todo."

No fim de maio, ele se reuniu com a presidente da Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar), Elizabeth Farina, que disse ter expectativa de que o pessebista mude a estratégia de governo em relação à política de controle de preços, caso seja eleito.

"A política econômica feita por ela para o preço dos combustíveis e da gasolina matou o setor de cana de açúcar e a produção de álcool no Brasil", afirmou Campos em discurso. "Quero assumir um compromisso com essa região. Nós vamos resgatar o setor sucroalcooleiro dessa crise."


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