O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está surpreso com o volume de recursos e quantidade de destinos e destinatários investigados pela Operação Lava Jato, deflagrada em março pela Polícia Federal.
"Nunca vi tanto dinheiro na minha vida e vou morrer sem ver", disse Janot, durante café da manhã com jornalistas, nesta sexta-feira (18). A PF estima que o esquema de lavagem de dinheiro comandado por doleiros movimentou aproximadamente R$ 10 bilhões.
O procurador não sabe precisar se o montante sob suspeita é ainda maior que o estimado pela polícia. No entanto, ele definiu o esquema como "robusto" e o comparou com o caso Banestado –que movimentou nos anos 1990 cerca de US$ 30 bilhões por meio das chamadas contas CC-5, usadas para remessa de grandes somas ao exterior. Assim como a Lava Jato, o esquema no Banestado começou a ser investigado no Paraná.
"Vamos aguardar as investigações para que a gente possa quantificar esse caso", disse nesta sexta.
Além do volume de recursos envolvidos, que mais impressionou Janot foi o fato do dinheiro ter sido usado em atividades diversas como campanha eleitoral, corrupção, tráfico de drogas e até contrabando de diamantes.
Apesar de políticos estarem na lista de investigados por participarem do esquema, Janot não acredita que as apurações impactem de "maneira negativa" nas eleições.