Folha de S. Paulo


Após cobrança de Lula, Haddad participa de campanha de Padilha

Após ser cobrado pelo ex-presidente Lula a se movimentar para reabilitar sua popularidade, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, começou a reagir nesta terça-feira (15) e participou de um ato da militância petista em defesa da candidatura de Alexandre Padilha ao governo paulista.

O evento foi marcado ainda por um dos primeiros ataques públicos à campanha do adversário Paulo Skaf (PMDB), desrespeitando a orientação, especialmente do comando do PT nacional, de poupar o peemedebista na disputa durante o primeiro turno.

Aprovado por apenas 17% da população paulistana (segundo o Datafolha), o prefeito é apontado por petistas como um dos obstáculos para o crescimento da candidatura de Padilha, atualmente estacionado em 3% das intenções de voto.

Temendo os efeitos da má avaliação na campanha de Padilha, Lula pressionou Haddad a reagir e destacar as ações que tem feito na Prefeitura. Além disso, integrantes do PT passaram a negociar com a coordenação de campanha do partido ao governo paulista a promoção da gestão Haddad.

Nesta quarta-feira (16), Haddad, inclusive, levará Lula para inauguração da Central Mecanizada de Triagem "Carolina Maria Jesus" em Santo Amaro, iniciativa do programa SP Recicla, que reúne todos os projetos do governo municipal relacionados à coleta seletiva.

ATAQUES

Em sua fala para a militância petista, Haddad minimizou o baixo índice de intenção de voto de Padilha e destacou a unidade em torno de sua candidatura, além de abordar ações de seu governo com a aprovação do novo plano diretor da cidade.

"Eu nunca vi o PT tão engajado em nome de uma candidatura como vejo no teu nome", disse o prefeito.

Em um encontro com empresários nesta terça, Padilha foi cobrado a explicar a popularidade de Haddad e ainda ações do governo Dilma Rousseff. Ele teve que sair em defesa do correligionário.

O preside da Câmara de São Paulo, José Américo (PT), puxou as críticas a Paulo Skaf (PMDB), que reúne 21% das intenções de voto, atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 44%.

Segundo ele, a candidatura do peemedebista não terá musculatura para se manter. O vereador afirmou ainda que Skaf e Alckim estão à direita e representam a elite. "O Skaf sequer esboçou qualquer reação com o povo de São Paulo, da mesma forma como o Alckmin não faz. A candidatura do Padilha é necessária para que o povo de São Paulo tenha representação. Estamos infelizmente disputando com duas forças que se colocam à direita, para representar a elite paulistana", disse.

"O Skaf, na hora que ficar claro que ele é o chefe dos patrões, do empresariado, eu acho que ele vai ter dificuldade para manter a posição que ele tem hoje porque entre a filial e a matriz, as pessoas tendem a ficar com a matriz que é o Alckmin. O Skaf não consegue fugir de seus preconceitos de classe, de sua posição política já expressa em outras campanhas", completou o petista.

Integrante do conselho político de Padilha, o vereador Orlando Silva reforçou os ataques. "Não existe uma terceira margem do rio. No rio, tem um lado e tem o outro. Em SP, tem o lado dos trabalhadores e do povo e tem o lado da elite que há décadas governa nosso Estado negando direitos ao povo".

A campanha da presidente Dilma Rousseff tinha orientado o PT paulista a evitar ataques a Skaf para tentar garantir um segundo palanque no Estado, que é o maior colégio eleitoral. Além disso, uma trégua permitiria apoio entre os partidos num eventual segundo turno.

Coordenador da campanha, o presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, fez um discurso exaltando o poder da militância do partido e mostrando confiança em Padilha, além de atacar as gestões tucanas e a imprensa.

Emidio disse que o PT está acostumado a tirar "leite de pedra" e não se acovarda com dificuldades.


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