Folha de S. Paulo


Jornalistas relatam agressões da polícia durante manifestação no Rio

Uma manifestação contra a Copa terminou em confronto quando a Polícia Militar do Rio utilizou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar o ato no entorno do Maracanã, momentos antes da final do Mundial.

Ao menos 11 jornalistas a serviço do jornal "Corriere della Sera", SBT Rio e do portal Terra, além de freelancers e de um integrante do Mídia Ninja foram agredidos.

Loloano Silva, colaborador do Coletivo Mariachi, de mídia alternativa, fraturou o antebraço durante a ação policial. Ele foi levado para o hospital Souza Aguiar, no centro.

Outro caso foi o do fotógrafo freelancer canadense Jason O'Hara. A reportagem presenciou quando policiais o atingiram com cassetetes. Ele foi ferido na perna por um estilhaço de bomba de efeito moral. No momento, ele registrava a prisão de um manifestante.

O primeiro jornalista agredido foi um fotógrafo peruano chamado Boris Mercado. Ele fotografava o primeiro foco de conflito quando foi cercado e chutado por policiais, em frente à entrada da estação Saens Peña do metrô.

Minutos depois, quando a polícia começou a fazer detenções, o fotógrafo freelancer Leo Corrêa foi atingido com spray de pimenta. Ele foi detido por alguns instantes por policiais que ordenaram que ele retirasse sua máscara, revistaram sua mochila e depois o liberaram.

Segundo advogados de manifestantes, ao menos duas pessoas foram presas.

Por meio de nota, a PM disse que seis pessoas foram encaminhadas à delegacia por vandalismo, violência e desacato. "Foi necessário usar bombas de gás também para dispersar, inclusive, porque alguns manifestantes arrombaram as portas do metrô", diz a polícia.

Sobre queixas de excesso na ação de policiais, a PM disse que vai encaminhar à Corregedoria todas as denúncias e "essas serão apuradas".

O protesto começou no início da tarde na praça Saens Peña, na Tijuca, a dois quilômetros do estádio do Maracanã, com cerca de 400 pessoas. A marcha seguiu por cerca de 200 metros na rua Conde de Bonfim. A polícia cercava o ato e impedia a entrada nas ruas.

O conflito entre manifestantes e policiais começou quando um grupo tentou surpreender a PM, correndo para tentar entrar em uma das ruas laterais, perto de uma das barreiras.


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