Folha de S. Paulo


Aeroportos do Rio deverão receber quase mil jatinhos para a final da Copa

Os aeroportos do Rio de Janeiro deverão receber quase mil jatinhos entre domingo (13), dia da final da Copa do Mundo no Maracanã, e segunda-feira (14).

Para dar conta da demanda, a SAC (Secretaria de Aviação Civil) e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) fizeram um planejamento que prevê atrasos controlados das aeronaves que estiverem pousando ou decolando no sentido contrário ao pico de demanda.

Antes de Alemanha e Argentina entrarem em campo, o intervalo entre as decolagens no Galeão serão espaçadas de modo a permitir um maior número de pousos. Após o término do jogo, ocorrerá o inverso, para permitir o maior número possível de decolagens.

A distância entre os pousos ou decolagens, que costuma ser de 5 milhas náuticas, passou para 15 milhas náuticas. Além disso, as decolagens de jatinhos passaram a ser autorizadas apenas com hora marcada.

O planejamento passou a ser adotado após o jogo do Brasil em Brasília, em 23 de junho, quando a seleção enfrentou Camarões.

Naquele dia, a maioria dos jatinhos pediu para decolar na mesma hora e houve problemas com a aprovação de planos de voo. Os atrasos chegaram a quatro horas.

Para o diretor de gestão aeroportuária da SAC, Paulo Henrique Possas, as medidas foram necessárias para evitar o caos que aconteceu na África do Sul.

Naquele país, aviões privados lotaram os pátios, atrapalhando a aviação regular, e acabaram sendo removidos para a grama.

"A demanda no início da Copa foi menor do que o esperado, mas a segunda fase é sempre mais crítica e não podemos baixar a guarda", diz Possas.

O rigor das medidas adotadas pelo tráfego aéreo foi criticado por operadores privados de helicópteros e jatinhos, que reclamam de prejuízos.

Sobre essa queixa de operadores, Passos diz que é preciso entender que trata-se "de um período diferenciado, que envolve muita segurança".

"Se olhar para os aeroportos, sobraram muitos slots para os voos da [aviação] executiva. Mas é claro que sempre há concorrência grande para melhores horários. É como no estádio, todo mundo queria estar lá, mas não há ingresso para todos."

BAIXA

Penalidades adotadas pelo governo para evitar o caos aéreo na Copa, desde multas até suspensão de habilitação, afetaram operadores de jatinhos, teco-tecos e helicópteros, que preveem prejuízos milionários com o movimento menor.

Entidades que representam empresas de táxi aéreo e operadores de aeronaves privadas atribuem às penalidades a responsabilidade pela queda no movimento em até 60% em relação a 2013.


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