Folha de S. Paulo


Governo de Gana considera 'sem fundamento' pedidos de asilo no Brasil

O governo de Gana considerou falso, nesta sexta-feira (11), o argumento usado por cerca de 200 ganenses que assistiram à Copa do Mundo e pediram asilo ao Brasil, alegando serem vítimas de violência religiosa.

De acordo com a imprensa, esses ganenses declararam às autoridades brasileiras que temiam por sua segurança em Gana devido a confrontos entre grupos muçulmanos rivais no país.

"A base de seu pedido de asilo é totalmente falsa", declarou o ministro adjunto da Informação, Felix Kwakye Ofosu, à uma rádio do país. "Vocês e eu sabemos que não há conflito religioso afetando o país neste momento", acrescentou.

O grupo está na cidade gaúcha de Caxias do Sul.

Gana é considerado há vinte anos um dos países mais estáveis do oeste da África e nenhum caso de violência religiosa grave foi registrado recentemente.

De acordo com Ofusu, diplomatas ganenses estão trabalhando com as autoridades brasileiras para investigar o caso, mas ele disse que seria "surpreendente e infeliz" considerar este pedido de asilo como válido.

Muitos daqueles que estão pedindo asilo ao Brasil viajaram acompanhando a delegação oficial para a Copa do Mundo, indicou o Ministério dos Esportes.

VISTO ESPECIAL

Com base na Lei Geral da Copa, os africanos conseguiram um selo em seus passaportes para permanecer 90 dias em território brasileiro.

A legislação determina que, para ter acesso a esse tipo visto, os turistas precisavam apresentar ingressos ou comprovantes da Fifa. Os vistos foram emitidos pela Embaixada do Brasil, em Gana.

Nenhum deles, porém, tinha ingresso nem sequer tentou assistir a alguma partida de sua seleção no Brasil, segundo disseram à Folha.

O Itamaraty e a Embaixada de Gana no Brasil informaram que todos os vistos com base na Lei Geral da Copa, ocorreram com a apresentação dos documentos necessários. Ao todo, foram 7.448 vistos para ganenses.

Editoria de Arte/Folhapress

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