Folha de S. Paulo


Polícia prende suspeito de depredar loja de carros durante protesto em SP

A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira (2) um homem suspeito de participar da depredação de concessionárias de carros importados em um protesto na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O ato de vandalismo aconteceu no último dia 19 de junho.

O motorista João Antônio Alves de Roza foi detido por policiais do Deic (Departamento de Investigações Criminais), no bairro de São Mateus, na zona leste.

Foi apreendida a roupa supostamente utilizada por ele durante os ato, além de um computador. Segundo nota oficial da Polícia Civil, Roza trabalha em uma cooperativa de ônibus e havia um mandado de prisão expedido pela Justiça.

O mecânico está detido na carceragem do Deic, na zona norte da cidade.

O grupo Caltabiano, dono da concessionária depredada, afirmou que os prejuízos com os atos de vandalismo beira os R$ 3 milhões. No total três lojas tiveram carros, vidros e computadores destruídos.

As concessionária ficam na região da ponte Eusébio Matoso. A concessionária da Mercedes-Benz foi a mais atingida, com 12 carros depredados. Também foram atingidas uma loja da Jaguar/Land Rover, que fica ao lado da Mercedes, e a Mini Caltabiano, localizada na avenida Eusébio Matoso.

O PROTESTO

A manifestação do dia 19 de junho foi organizada pelo MPL (Movimento Passe Livre) para celebrar o aniversário da revogação do aumento das passagens de ônibus, ocorrido após as manifestações de junho de 2013.

O grupo também defendia o fim da tarifa no transporte público e a readmissão dos 42 metroviários demitidos em meio à greve da categoria.

O ato reuniu cerca de 1.300 pessoas e começou de forma pacífica na avenida Paulista, mas passou a registrar depredações quando seguia pela Rebouças, com ataques a agências bancárias. O vandalismo foi promovido por um pequeno grupo de mascarados, que foi repreendido por outros manifestantes.

Já na marginal Pinheiros, quando a maior parte dos manifestantes deixava a via para encerrar o ato no largo da Batata, os mascarados voltaram a promover depredações. Com a chegada da Polícia Militar, os manifestantes se dispersaram em pequenos grupos e algumas pessoas quebraram lixeiras, placas e vasos de plantas em ruas da região.

A Polícia Militar afirmou no final de noite de quinta que observou o ato apenas à distância por conta de um acordo feito com o MPL. O movimento teria protocolado um documento pedindo o distanciamento da PM e se responsabilizando pelo andamento do protesto.

Procurado pela reportagem, o membro do MPL Lucas Monteiro, 29, confirmou que foi protocolado um documento pedindo o distanciamento da PM, mas disse que a confusão ocorrida no final do protesto não pode ser apontado como responsabilidade do movimento, pois não há como controlar quem participa da manifestação.


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