Folha de S. Paulo


PTB vai sair da coligação de Alckmin e lançar candidato próprio ao Senado

O presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, disse na tarde desta terça-feira (1º) que seu partido deixará oficialmente a coligação que apoia a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para poder lançar candidato próprio ao Senado.

A iniciativa busca não prejudicar o tempo de propaganda do candidato dos tucanos ao posto, o ex-governador José Serra.

Campos quer viabilizar a candidatura de sua mulher, Marlene Machado, a senadora. "Estamos trabalhando nisso há meses. Temos mais de 60 mil mulheres envolvidas. Sou um homem de palavra", afirmou, ao justificar a insistência em lançar Marlene candidata.

Ontem, Alckmin esteve pessoalmente com Campos para tentar convencê-lo a desistir da candidatura própria, mas não conseguiu. Segundo o deputado petebista, ainda que fora do arco de aliados do governador, o PTB dará apoio "oficioso integral" ao tucano.

Na manhã desta terça, ao falar sobre o assunto, Alckmin, sem citar o PTB, já havia indicado que não contava mais com a sigla em sua coligação. "Se tem 15 partidos na coligação e um sai para o Senado, não fica o tempo de 14 partidos, fica só o seu. Não me parece muito lógico, mas foi uma mudança da legislação. Então havia uma preocupação de conseguir unir todos esses partidos e o Serra topou", afirmou, após inauguração de unidade do restaurante popular "Bom Prato".

Editoria de Arte/Folhapress

O desembarque do PTB ocorre porque, segundo a legislação eleitoral, se um partido quebra a coligação majoritária para lançar candidato próprio ao Senado, todos as outras legendas que compõem a aliança e têm candidato ao posto são obrigadas a lançá-lo apenas com o próprio tempo de propaganda.

Neste caso, se ficasse com Alckmin, o PTB obrigaria Serra a disputar tendo apenas cerca de 1min30 de exposição na TV, o que, para o tucano, o deixaria em desvantagem em relação aos demais candidatos, que terão até três vezes esse tempo.

Com o PTB saindo da aliança, Serra fica com cerca de 3min30 de palanque eletrônico, segundo os tucanos. A mulher de Campos terá 20 segundos de propaganda em cada bloco destinado aos candidatos a senador.

"Se a legislação não nos permite o apoio oficial, Alckmin terá o meu apoio oficioso integral. Sou leal a ele há mais de 20 anos", disse Campos, prometendo fazer campanha para o tucano ainda que esteja fora de sua chapa.


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