O protesto que acontece na manhã desta quinta-feira (26) nas proximidades da USP complica o trânsito da região.
O autônomo Renato Morais, 32, disse estar 45 minutos parado na rua Alvarenga. Ele iria fazer uma entrega de alimentos perecíveis na região do Butantã.
"Cada um tem o direito de pedir o melhor para a sua categoria. Mas não dá para atrapalhar aqueles que querem trabalhar", disse.
Desde por volta das 6h15, um grupo de cerca de 100 manifestantes protesta contra a prisão do estudante e servidor da USP Fábio Hideki Harano, 26. Ele e Rafael Marques Lusvarghi, 29, foram presos em flagrante durante manifestação na avenida Paulista ocorrida na segunda-feira (23).
O grupo mantém bloqueada a rua Alvarenga, principal acesso da marginal Pinheiros para o bairro do Butantã e para o portão 1 da universidade, desde as 7h15.
Segundo funcionários da USP, o protesto também é contra a falta de negociação da reitoria da instituição em relação aos salários da categoria.
"O ato já estava marcado para mostrar nossas reivindicações e pedir abertura de negociação. Mas quando o Fábio [Harano] foi preso, esta se tornou nossa causa número zero", disse Magno de Carvalho, diretor do Sintusp (sindicato dos trabalhadores da USP).
O analista de sistemas Julio Santos, 31, demorou ao menos 1h30 para sair da zona leste e chegar até a região da Cidade Universitária. "Trabalho na USP e não faço parte da greve, mas entendo e acho justo a reivindicação da categoria. Faz parte do dia a dia da cidade", afirmou.
O motorista Floriciano Nascimento, 52, concorda com Santos. "Se o governo fosse direito nada disso aconteceria", disse. Segundo ele, foi preciso meia hora para percorrer o trecho da ponte Cidade Universitária até o local onde ocorre a manifestação.
Por conta do jogo entre Bélgica e Coreia do Sul, que acontece às 17h no Itaquerão, o rodízio de veículos foi ampliado na capital. A medida deixou o trânsito abaixo da média no início da manhã de hoje.