Folha de S. Paulo


Pra gringo ver: Só torce quando vence

No "Daily Mail", que tem o site de jornal mais visitado no mundo, o ídolo inglês Rio Ferdinand avisou que "Neymar e Co. PRECISAM vencer Camarões ou o entusiasmo local pela Copa pode virar". Afirmou que "a maior surpresa desta Copa é a falta de engajamento do torcedor brasileiro, a menos que esteja vencendo".

O live-blogging posterior, por "New York Times", "Guardian" e outros, abriu com frases como "estádio está quieto". Até sair gol e "multidão de Brasília está muito mais feliz agora". Camarões marca e "tensão no estádio". Outro gol de Neymar e "multidão soa mais feliz". Em suma, nova lembrança de como "a esperança da nação está nos ombros inexperientes de Neymar".

Reprodução/theguardian.com

HOMOGENEIDADE
O "Observer" (acima) publicou no domingo que nesta Copa as seleções estão traduzindo a "diversidade étnica" de seus países, mas não as torcidas, "predominantemente brancas", inclusive de Brasil e Colômbia, devido ao alto custo.

Copa latina
Antes mesmo da definição de Brasil e Chile nas oitavas, a agência Associated Press já despachou a reportagem "Latino-americanos estão torcendo uns pelos outros –por enquanto". E o "Wall Street Journal" foi ouvir peruanos, que ficaram de fora, mas vieram torcer por Argentina, Brasil etc. Bloomberg e o site "Mashable" relataram a invasão latino-americana do país, muitas vezes sem ingresso ou hotel –e dormindo pelas praias e rodoviárias. O "NYT", por fim, arriscou que se trata da "nova classe média" da América Latina.

"FT" e o Brasil
O "Financial Times" não sabe mais o que dizer do país da Copa. No sábado, destacou a "exibição de nacionalismo" nos estádios, que só excluem "o governo", lembrando as ofensas à presidente. Anotou porém que no Itaquerão "quase todos eram brancos", o que mostra "como é complicado chamar o Brasil de nação". E na segunda-feira questionou os bancos que vêm falando que o mercado financeiro do Brasil ganharia com uma derrota da seleção, pois diminuiriam as chances eleitorais de Dilma. Avalia que as mudanças na Bovespa não se deveram à presidente, mas a decisões nos EUA e na Argentina.


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