Folha de S. Paulo


Concessionárias estimam prejuízo de R$ 3 mi após depredação em protesto

O grupo Caltabiano, que teve três concessionárias depredadas durante um protesto, na noite de quinta-feira (19), afirmou que os prejuízos já chegam a R$ 3 milhões. As lojas tiveram carros, vidros e computadores destruídos. Uma delas estava aberta há apenas nove dias.

As três lojas ficam na região da ponte Eusébio Matoso. A Mercedes-Benz foi a mais atingida, com 12 carros depredados, entre eles três Smart. Ela deve voltar a funcionar na próxima semana. Também foram atingidas a Jaguar/ Land Rover, que fica ao lado da Mercedes, e a Mini Caltabiano, localizada na avenida Eusébio Matoso.

A manifestação foi organizada pelo MPL (Movimento Passe Livre) para celebrar o aniversário da revogação do aumento das passagens de ônibus, ocorrido após as manifestações de junho de 2013. O grupo também defendia o fim da tarifa no transporte público e a readmissão dos 42 metroviários demitidos em meio à greve da categoria.

O ato reuniu cerca de 1.300 pessoas e começou de forma pacífica na avenida Paulista, mas passou a registrar depredações quando seguia pela Rebouças, com ataques a agências bancárias. O vandalismo foi promovido por um pequeno grupo de mascarados, que foi repreendido por outros manifestantes.

Já na marginal Pinheiros, quando a maior parte dos manifestantes deixava a via para encerrar o ato no largo da Batata, os mascarados voltaram a promover depredações. Com a chegada da Polícia Militar, os manifestantes se dispersaram em pequenos grupos e algumas pessoas quebraram lixeiras, placas e vasos de plantas em ruas da região.

A Polícia Militar afirmou no final de noite de quinta que observou o ato apenas à distância por conta de um acordo feito com o MPL. O movimento teria protocolado um documento pedindo o distanciamento da PM e se responsabilizando pelo andamento do protesto.

Procurado pela reportagem, o membro do MPL Lucas Monteiro, 29, confirmou que foi protocolado um documento pedindo o distanciamento da PM, mas disse que a confusão ocorrida no final do protesto não pode ser apontado como responsabilidade do movimento, pois não há como controlar quem participa da manifestação.

Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou na manhã desta sexta que a ação da polícia durante manifestações terá de ser revista. Ele disse ainda que os responsáveis pelas depredações "serão presos, temos filmagem da própria televisão, de câmeras de vídeo das empresas. A polícia já está no encalço, porque já identificou vários, pra prender o mais rápido possível."


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