Folha de S. Paulo


Padilha minimiza falta de Dilma e diz que ela pôs 'dedo na ferida' de Alckmin

Candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, minimizou nesta segunda-feira (16) a ausência da presidente Dilma Rousseff no ato do partido que confirmou seu nome na disputa.

Segundo o petista, Dilma terá "papel decisivo" na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes e deve desembarcar no Estado até o início do próximo mês. O candidato disse ainda que ela já deu um tom da campanha paulista do partido e "colocou o dedo na ferida" do governador tucano Geraldo Alckmin (São Paulo), candidato à reeleição, mostrando empenho na briga estadual.

Anunciada como uma das principais estrelas do PT ao lado do ex-presidente Lula para a "[convenção deste domingo]": (15), Dilma cancelou sua participação de última hora e irritou o comando da campanha de Padilha. Numa tentativa de amenizar o desgaste, a presidente gravou um vídeo no qual fez um duro ataque a Alckmin dizendo que o Estado "São Paulo não pode mais confiar em volume morto" e que precisa de alguém com "capacidade de fazer o que o Estado merece".

O governador enfrenta desde o início do ano uma crise hídrica que o levou a usar o volume morto do Sistema Cantareira (que abastece 8,8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo), para evitar um racionamento de água. A presidente registra índice de rejeição no Estado, principal colégio eleitoral do país, maior do que em outras regiões.

A falta de Dilma foi justificada inicialmente com a preparação para um encontro com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e depois por recomendação médica, devido a uma gripe.

"Eu como médico infectologista, sou o primeiro a entender porque ela não pode vir. A gravação que ela fez deixou claro o envolvimento que ela tem. Ela colocou, inclusive, o dedo na ferida na falta de planejamento e de execução de obras do governo do psdb", disse Padilha.

"Quero a presidente quando a Copa começar, quando a gente chegar nas eliminatórias, nas oitavas, na quarta, vai ter um momento para estar aqui em são Paulo e vai ter papel decisivo", completou.

A campanha petista defende que Dilma participe de agenda em São Paulo até o fim do mês para evitar especulações de problemas internos e resolver a falta de imagens de Dilma, Lula e Padilha para a propaganda na TV.

"Nós seremos um palanque que vai defender o legado do governo federal do ex presidente Lula e de Dilma aqui em São Paulo. Vamos mostrar o Pronatec que garantiu ensino gratuito, obras do novo modelo de concessões de aeroporto e de estrada, que mostrou que é mais rápido do que a forma dos tucanos fazerem obras aqui em são Paulo. Vamos mostrar o mais médicos em são Paulo, embora seja o mais rico pediu médico. Vamos mostrar o que a presidente Dilma fez. Seremos um palanque que a presidente [pode mostrar] e que ela tem as melhores condições de encarnar a mudança de verdade", afirmou.

PALANQUE DUPLO

O petista não polemizou com a subida de tom do candidato do PSB ao governo paulista, Paulo Skaf (PMDB), que descartou oferecer um segundo palanque para Dilma.

"Para São Paulo, é muito bom, depois de 20 anos tendo o PSDB governando o Estado, ter mais de uma candidatura para debater as propostas", disse.

Padilha rebateu a provação de Skaf de que a eleição será polarizada entre PMDB e PSDB. "O nosso adversário é o atual governador, mas é o PT que vai polarizar esse debate.

De acordo com o Datafolha, Alckmin lidera as pesquisas com 44% das intenções de voto, seguido por Skaf com 21% e do petista com 3%.


Endereço da página:

Links no texto: